Um computador para dois alunos
23 de Julho de 2007, Jornal de Notícias
E se o seu filho passasse a enviar os trabalhos escolares por email aos professores em vez de os imprimir, tirar fotocópias e ir à escola? E se os docentes passassem a trocar documentação entre si e para a secretaria por mail em vez de preencherem inúmeras requisições? Pois será esse o caminho que o Governo inicia hoje, em Lisboa modernizar as infra-estruturas das escolas para que docentes, alunos e funcionários aprendam a beneficiar do que a Internet e as tecnologias lhes podem oferecer - comunicações mais rápidas e sem barreiras espaciais entre toda a comunidade escolar. No Plano Tecnológico da Educação (PTE), lançado hoje por José Sócrates e a ministra da Educação, o objectivo central será este em 2010 haverá um computador com ligação à Internet por cada dois alunos, em todas as escolas do básico e secundário. Ao todo, e em três anos, o Executivo quer investir cerca de 430 milhões de euros para modernizar as escolas. Os projectos são vários. Muitos já fazem parte da gestão e rotina de muitos estabelecimentos e serão alargados - como o cartão electrónico do aluno - e a sua concretização dependerá, explicou ao JN a mesma fonte, da capacidade de preparação interna das escolas, uma vez que umas possuem mais meios que outras. Ainda assim, o PTE vai arrancar "em simultâneo em todas as regiões do país". Assim, nos próximos três anos lectivos, o Governo garante que todas as salas de aula do país terão acesso à Internet em banda larga de alta velocidade. Para tal, irá comprar 300 mil computadores para equipar as escolas. Os concursos serão lançados ainda este mês e as instalações para os servidores começarão a ser montadas em Setembro. No ministério aponta-se um caminho mais largo do que a mera disponibilização do equipamento "É poder ter a escola em casa e os miúdos dentro da escola, independentemente de estarem de férias no estrangeiro", disse a mesma fonte ao JN.Simplex chega às escolas Assim sendo, até onde vai o Plano? O programa Simplex, de desburocratização da administração pública, será o instrumento de acção. Vai agora estender-se às escolas mediante a criação de uma plataforma electrónica de apoio à gestão escolar e que irá permitir a circulação de todo o tipo de documentos entre professores e também entre docentes e a secretaria. À semelhança do que já acontece com a maioria das universidades, todas as escolas terão de criar um portal na Internet para que pais e alunos possam, por exemplo, consultar todo o tipo de informações sem terem de se deslocar aos estabelecimentos. O mesmo incentivo será dado para a avaliação. Os alunos poderão, por exemplo, enviar trabalhos por mail ou mesmo trocar dúvidas com os professores. Sabendo que muitos docentes e funcionários ainda estão distantes das novas tecnologias, o Governo vai também promover acções de formação e de certificação de competências na área de tecnologias de informação e comunicação. Revolução tranquila O objectivo, explicarão José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues, é o de o materializar o Plano "da portaria à sala de aula, com reflexos em toda a escola" e na globalidade da rede de ensino, do básico ao secundário. Quere-se transformar a escola numa "plataforma de acesso às tecnologias de informação", porque, garante o Governo, só através da modernização das condições de ensino e aprendizagem os portugueses conseguirão melhores resultados.O PTE é apresentado hoje mas a ministra referiu-se a ele, em Junho, numa acção das Novas Oportunidades. Considerando que as escolas portuguesas "estão a viver uma revolução tranquila e silenciosa", Lurdes Rodrigues disse que "o desafio que agora se coloca é o da sustentação desta mudança" - a modernização tecnológica das escolas e o alargamento da acção social escolar ao secundário.
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