No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Quadros interactivos em metade das salas de aula até 2008

23.07.2007 - Jornal Público

Passar de um rácio actual de 12,8 computadores com ligação à Internet por aluno para dois terminais em 2010. Ter metade das 27 mil salas de aula equipadas com um quadro interactivo e videoprojector já em Abril de 2008. Data em que também todas as escolas de 2.º e 3.º ciclos do básico e secundário terão em funcionamento o sistema de cartão electrónico do aluno (que permite eliminar a utilização de dinheiro), alarmes e câmaras de vigilância no exterior.
Estas são algumas das metas integradas no Plano Tecnológico da Educação, hoje apresentado por José Sócrates, no Centro Cultural de Belém, e que deverá colocará Portugal “entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica do ensino em 2010.” Ao todo são 400 milhões de euros de fundos comunitários que permitirão construir a “escola do futuro.”“Vamos dar às escolas as condições para assumir um papel de vanguarda. Este programa vai modificar muito a nossa escola”, afirmou o primeiro-ministro.Num contexto em que dois em cada três alunos do básico e secundário “não têm acesso em casa a estes meios [computadores e Internet], que são hoje indispensáveis para o estudo e o trabalho escolar”, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, realçou ainda o papel que o programa pode ter na diminuição da desigualdade entre escolas. E, em particular, “para mitigar os efeitos destas desigualdades nos resultados escolares dos estudantes.”Para além de mudar as práticas de ensino, o Plano Tecnológico para a Educação pretende levar a cabo a modernização dos procedimentos administrativos e de gestão, alargando o conceito SIMPLEX às escolas. Através da criação de redes internas e portais, pretende-se que o contacto e a troca de informações entre professores, alunos e famílias seja cada vez mais feito através da via electrónica.O que implica grandes mudanças face às práticas actuais. De acordo com um inquérito da tutela às escolas, apenas 29 por cento disponibiliza serviços de e-mail ao corpo docente (o que contrasta com os 70 por cento a nível europeu). Menos de metade comunica regularmente por e-mail com os seus professores e apenas 11 por cento o faz com alunos e encarregados de educação.Os estabelecimentos de ensino deverão garantir ainda que os exercícios, sebentas e outros conteúdos estejam disponíveis on line. Da mesma forma que os professores devem promover a utilização de meios informáticos na avaliação escolar. Essencial para a concretização do plano é a formação dos professores, que vai ser intensificada a partir de Janeiro, até atingir a certificação de 90 por cento do corpo docente. A falta de qualificação foi aliás identificada como a barreira mais importante à utilização das TIC nas escolas, logo a seguir aos constrangimentos ao nível das infra-estruturas, de acordo com o mesmo inquérito. Por falta de à-vontade ou por insuficiência de equipamentos, em 2006, pouco mais de metade (58 por cento) dos professores utilizaram o computador na sala de aula para fazer uma apresentação. No que respeita aos alunos, a percentagem de utilização foi de 49 por cento.O estado actual e as metas do planoUm computador com Net por cada dois alunos até 2010Apesar da evolução recente, o rácio de alunos por computador ligado à Internet em 2006 estava ainda aquém da média da UE a 15: 15,7 contra 9,4. Um computador para cada dois alunos é a meta a atingir nos próximos três anos. Um dos constrangimentos actuais prende-se com a elevada percentagem (56 por cento) de computadores com mais de três anos. Kit tecnológico para as escolas básicas 2,3 e secundáriasOs primeiros kits, contendo um quadro interactivo, computador com ligação à Internet, um videoprojector e uma impressora, chegarão às escolas de 2.º e 3.º ciclos do básico e secundário no início do próximo ano lectivo e serão progressivamente distribuídos em todos estes estabelecimentos. Em Abril de 2008, o Governo espera ter entregue nove mil quadros interactivos e 20 mil videoprojectores e impressoras. O que, juntando ao equipamento já existente, fará com que nessa altura metade das 27 mil salas de aula existentes tenham estes equipamentos. Internet com maior velocidade e em toda a escolaO objectivo é aumentar a velocidade de acesso das escolas básicas e secundárias à Internet para, pelo menos, 48 Mbps até 2010. O Governo garante que todas as escolas têm Internet de banda larga mas é a própria tutela a admitir, num diagnóstico hoje divulgado, que “grande parte regista velocidades de acesso limitadas” – algumas “entre 512 kbps e 1 Mbps”. Pretende-se ainda que, até ao final do próximo ano lectivo, a ligação à Net seja possível em todos os espaços escolares. Videovigilância e cartão electrónico até Abril de 2008Com o aumento do número e valor dos equipamentos, entende-se fundamental reforçar a segurança dos estabelecimentos de ensino. Até Abril de 2008 todas as escolas básicas 2,3 e secundárias terão sistemas de vigilância e alarme, o que implica a instalação de mais de 12 mil câmaras apontadas para o exterior – neste momento existe em 13 por cento das escolas. O cartão electrónico do aluno permitirá controlar os acessos, a assiduidade e eliminar a circulação de dinheiro.Alunos recrutadosA ideia era mostrar as potencialidades da utilização dos quadros interactivos numa sala de aula. Sentadas em carteiras, cerca de uma dezena de crianças respondiam ao “professor” e faziam os exercícios descritos no quadro, com ajuda do rato ou de uma caneta especial que faz as vezes de giz. Só que para além da sala improvisada no Centro Cultural de Belém havia algo mais encenado. Os “alunos” eram crianças que tinham sido recrutadas por uma agência de casting: a NBP, num trabalho que rendeu 30 euros a cada um, de acordo com o relato feito por um dos miúdos à RTP. “A empresa propôs fazer a apresentação aqui no local para que pudéssemos todos perceber como funcionam [os quadros interactivos]”, explicou a ministra da Educação, sublinhando que esse era um pormenor muito pouco relevante perante o investimento hoje anunciado.

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