No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Sociedade Portuguesa de Matemática reitera necessidade de exames no 4º e 6º anos

12.07.2007 - Jornal Público

A Sociedade Portuguesa de Matemática (SPM) considerou hoje "muitíssimo graves" os resultados dos exames nacionais do 9º ano à disciplina, reiterando a necessidade de provas que diagnostiquem mais cedo "as deficiências", no 4º e 6º anos.
Quase três em cada quatro alunos (72,8 por cento) do 9º ano tiveram negativa no exame nacional de Matemática, um desempenho ainda mais negro do que o registado no ano passado (63 por cento), segundo dados divulgados ontem pelo Ministério da Educação (ME). "Parece-nos insuficiente que em nove anos de escolaridade os alunos sejam submetidos apenas a um exame nacional. As deficiências que estes exames diagnosticam estão a ser reveladas tarde demais. Será necessário pelo menos outro exame nacional no 4º ou no 6º ano de escolaridade", afirma a SPM, em comunicado. Além dos exames nacionais do 9º ano, que contribuem para a classificação final da disciplina, os alunos do 4º e 6º anos realizam provas de aferição a Matemática e Língua Portuguesa mas que não contam para nota. A sociedade sublinha ainda que "as provas não têm sido construídas de forma consistente de ano para ano", pelo que a sua comparação "é difícil". Entre os cerca de 96 mil alunos que realizaram a prova a 21 de Junho, 25 por cento (24.656) obtiveram nível um, o mais baixo de uma escala até cinco valores, e 47,2 por cento (45.471) não foram além do nível dois, ainda negativo. Salientando que estes resultados "não constituem uma surpresa", a SPM salienta que "os problemas não se resolvem com planos ad hoc", numa referência ao Plano Nacional de Matemática, e que as bases de aprendizagem não têm sido consolidadas pelos alunos. "Isso deve-se a muitos factores, nomeadamente as orientações erradas que desde há décadas têm vindo do ministério e que continuam a ser advogadas por muitos formadores de professores. Essas orientações não favorecem métodos de ensino eficazes", considera a sociedade. A SPM recorda que não foi convidada a colaborar no plano de recuperação de resultados, lançado há um ano, e lamenta que só desde 2005, quando foram instituídos os exames nacionais no básico, se reconheça a gravidade dos problemas no ensino da disciplina. "Durante muito tempo, a existência destes problemas foi negada por responsáveis e técnicos do ministério e por muitos teóricos da educação", afirma a SPM. Para a SPM, tem-se insistido excessivamente no uso precoce da calculadora, nas aplicações e na contextualização em detrimento da consolidação dos conceitos básicos, das rotinas, da automatização de algoritmos, entre outros.

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