No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Programa de Matemática para o básico em revisão

15 de Julho de 2007 , Diário de Notícias

O programa de Matemática para o ensino básico vai ser revisto. A divulgação de um documento de trabalho surge numa altura em que a única avaliação nacional deste nível de ensino revela graves dificuldades na aprendizagem da disciplina, com 73% dos alunos do 9.º ano a chumbarem no exame deste ano. O programa reajustado tem em particular atenção as deficiências reveladas pelos estudantes portugueses em provas internacionais. Deficiências relacionadas com a resolução de problemas e raciocínio matemático.A estatística, logo no primeiro ciclo, assim como a álgebra, são as algumas das reformulações propostas. O documento sugere também a introdução de uma nova vertente na disciplina: as chamadas capacidades transversais, onde se inclui, para além do raciocínio e da resolução de problemas, a comunicação matemática. Esta última competência implica resolver também problemas de compreensão dos alunos portugueses que resultam da falta de domínio da linguagem simbólica própria desta disciplina. O trabalho de revisão foi encomendado pelo Ministério da Educação (ME) em Setembro de 2006 a João Pedro da Ponte, da Faculdades de Ciências da Universidade de Lisboa, e Lurdes Serrazina, da Escola Superior de Educação, que convidaram mais sete especialistas. O documento está agora disponível para discussão, até 20 de Setembro. Caberá então ao ME aprovar um novo programa, de acordo com os contributos, e implementá-lo nas escolas.João Pedro da Ponte garante que não será apenas esta medida que vai resolver as deficiência dos alunos portugueses a Matemática. "É uma peça importante, mas tem ser integrada com a formação de professores, a produção de novos materiais e um trabalho consistente nas escolas". A necessidade de uma intervenção neste domínio, explica ainda, surgiu do facto dos actuais programas datarem de 1990 e 1991 e dos seus resultados "não terem sido brilhantes". Um dos problemas, aponta, é a desarticulação dos ciclos e esse foi um dos aspectos que a equipa procurou reforçar. "As finalidades do anterior programa tinham uma descrição muito datada e nós introduzimos mudanças muito substanciais nos objectivos", refere ainda Pedro da Ponte.Há dois problemas a justificar o fraco desempenho dos alunos a Matemática: não compreendem os conceitos e não desenvolvem raciocínios nem resolvem problemas. "É por aí que o novo programa vai insistir", explica, até porque foram essas as competências que o PISA (avaliação internacional promovida pela OCDE) demonstrou estarem em falta. Um exame que demonstrou ainda que "na destreza de cálculo, os alunos portugueses estão na média internacional" e, por isso, o nova orientação para as aprendizagens da matemática quer "valorizar as dimensões" em falta, mas sem descurar o cálculo. Para o coordenador do trabalho de revisão, "este programa é francamente mais coerente e apresenta de forma mais clara as finalidades e as orientações metodológicas".

1 comentários:

Gêmeos! E agora? disse...

Ola Marta! Estou acompanhando as publicações relacionadas com as avaliações sobre o estudo de matemática, o Brasil tem demonstrados resultados semelhantes aos de Portugal ( na avaliação PISA) e até agora pouca ou nenhuma atitude foi tomada no sentido de sanar este problema.