No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Mais de 70% de negativas na prova de Matemática

12 de Julho de 2007, Jornal de Notícias

Mais de 70% dos alunos do 9.º ano reprovaram no exame nacional de Matemática. As classificações foram conhecidas ontem e revelam que, apesar de o plano de acção para a disciplina já ter entrado em vigor, os resultados foram ainda piores do que no ano passado. Nota positiva para Português, que registou menos 30% de negativas do que em 2006.Os números não enganam. Quase metade (47,2%) dos alunos obteve a classificação 2 e mais de um quarto (25,6%) teve a nota mais baixa a Matemática. Somando as duas parcelas, o resultado é expressivo 72,8% de chumbos. Em comparação com o ano passado, verifica-se um aumento de 9% de classificações negativas, porque, embora haja menos alunos com 2, a percentagem de notas mínimas subiu para o dobro.Quanto a resultados positivos, há registo de 17,8% dos alunos com nível 3, enquanto 8% teve 4 no exame nacional. A classificação máxima foi atingida apenas por 1326 dos 96 410 estudantes que realizaram a prova. Ou seja, pouco mais de 1%.O Ministério da Educação confirma, em comunicado difundido ontem à tarde, a "persistência de dificuldades nas condições de ensino e aprendizagem desta disciplina" e garante que "continuará a tomar medidas para inverter a situação". Plano é para continuarSobre o Plano de Acção para a Matemática, introduzido este ano precisamente com o objectivo de melhorar o desempenho na disciplina, o gabinete Maria de Lurdes Rodrigues, garante que não está em causa a sua continuação, "apesar de os resultados não serem ainda visíveis". O plano, concebido para três anos, vai continuar e será "ampliado nas componentes relativas à formação contínua de professores, ao reequipamento e modernização tecnológica das escolas e à produção de instrumentos de apoio ao trabalho de avaliação realizado pelos professores". Para Rita Bastos, presidente da Associação de Professores de Matemática, os resultados são "muito preocupantes", mas não propriamente "surpreendentes". "Não havia a expectativa de que o plano de acção se traduzisse em melhorias já este ano", considera, tanto mais que as medidas não estão a ser aplicadas, de forma uniforme, em todas as escolas do país. O problema da Matemática é uma equação complexa, não redutível a um único factor, na opinião desta professora. Bastante mais animador é o panorama a Língua Portuguesa. A taxa de reprovações situa-se nos 13,7%, uma melhoria de mais de 30 pontos percentuais em relação ao ano passado (45,4%). A maioria (54,1%) dos alunos teve nota 3 e quase um terço (29,8%) atingiu o nível 4. Com a classificação máxima, há registo de 2419 alunos, correspondendo a 2,5% de um universo de 96 135.

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