Pais exigem cotação máxima na pergunta anulada em Biologia
20.07.2007 - Jornal Público
Cinco federações regionais de associações de pais exigiram hoje que seja atribuída a todos os alunos que realizaram o exame nacional de Biologia a cotação máxima da questão que foi anulada devido a um erro.
Em comunicado, as federações de Beja, Guarda, Leiria, Lisboa e Viseu consideram ainda que o director do Gabinete de Avaliação Educacional do Ministério da Educação, Carlos Pinto Ferreira, ultrapassou as competências que lhe estão atribuídas.Na segunda-feira, O Ministério da Educação (ME) decidiu anular uma questão daquela prova, realizada no mesmo dia, alegando que uma incorrecção na pergunta “inviabilizava a concretização de uma resposta correcta”.Para não prejudicar os alunos na classificação final da prova, o ME decidiu que a nota de cada um dos estudantes que realizou o exame será multiplicada por 1,0309.Pergunta com resposta de escolha múltiplaA pergunta valia seis pontos, no conjunto dos 200 correspondentes à cotação total da prova, pelo que, sem essa questão, o exame passava a valer apenas 194 pontos.Multiplicando este valor por 1,0309, a cotação máxima do exame volta a ser de 200 pontos, o que levou o ME a definir que era este o factor a utilizar para corrigir a situação.A solução encontrada pela tutela é, no entanto, contestada pelos encarregados de educação de Leiria, Beja, Lisboa, Viseu e Guarda, os mesmo que contestaram a solução adoptada para o erro na prova de Física e Química A, que consideram que a decisão do ministério representa uma “enorme injustiça e desigualdade”.“Sendo um item com resposta de escolha múltipla, assumir que só os alunos que obtiveram a classificação máxima é que assinalariam a opção correcta na sua totalidade e os restantes errariam sempre, é um pressuposto totalmente incoerente”, afirmam os pais, em comunicado.Assim, em carta dirigida à ministra da Educação, as cinco federações regionais exigem a “reposição de justiça” e a atribuição dos seis pontos para todos os alunos que realizaram aquela prova do 12º ano na segunda-feira.Os pais salientam ainda que os alunos foram prejudicados pela perda de tempo, confusão e dúvida que a pergunta em causa suscitou e sublinham as consequências negativas da solução adoptada pela tutela no percurso escolar dos alunos.Ministério evoca princípio da igualdadeA Lusa tentou obter uma reacção do ME mas tal não foi possível em tempo útil.Em declarações à Lusa ontem, o director daquele organismo, Carlos Pinto Ferreira, assumiu em exclusivo a responsabilidade pelos dois erros detectados nos exames nacionais de 2007 e explicou a solução adoptada.O director do GAVE adiantou ainda que era necessário encontrar um mecanismo que assegurasse três princípios: o aluno que está à frente de outro não pode ficar para trás; manter a escala de zero a duzentos pontos; a cotação do item anulado é redistribuída proporcionalmente por todos os outros itens da prova.“Por exemplo, no caso da Biologia, um aluno que não fez nada na primeira fase teve zero e um que não fez nada na segunda tinha seis pontos. Estaríamos a violar o princípio da igualdade”, sustentou.
22.7.07
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