No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Erro nas provas divide associações de pais

4 de Julho de 2007, Jornal de Notícias

A solução encontrada pelo Ministério da Educação (ME) para compensar o erro existente no enunciado da prova de Física e Química A-715 dos exames nacionais do Ensino Secundário está a gerar uma divisão entre as federações de associações de pais. Enquanto algumas organizações defendem que seja atribuída a cotação total a todos os alunos na pergunta anulada, outras concordam com a solução encontrada pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) de majorar com o factor 1,0417 a cotação total das provas. Todas estão de acordo que os erros nas provas de exame são "inadmissíveis". E algumas associações ameaçam mesmo recorrer à providência cautelar para impedir a concretização da medida encontrada pelo ME.Conforme já noticiámos, na prova de Física e Química A - 715, no item 4.2.1, na alínea D da versão 1 e na alínea B da versão 2, a figura apresentava uma incorrecção que inviabilizava a concretização de uma resposta correcta. O erro foi admitido pelo GAVE, que decidiu anular o referido item. Como compensação, foi resolvido que a cotação total das provas seria majorada com o factor 1,0417, de modo a que a situação não afectasse negativamente a respectiva classificação final.Descontentes com a solução encontrada - que, dizem, "enferma de enorme injustiça e desigualdade" -, cinco federações regionais de associações de pais de Lisboa, Leiria, Guarda, Viseu e Beja escreveram à ministra da Educação exigindo que seja atribuída a todos os alunos a cotação máxima da questão anulada, que é de oito pontos. Na missiva, as organizações defendem que essa é a forma de compensar "a perda de tempo, a confusão e a dúvida" que, no seu dizer, "repercutiram-se, naturalmente, no desempenho dos alunos".Opinião contrária têm 10 federações regionais de associações de pais nortenhas, que aceitam a solução encontrada pelo GAVE, cientes de que "todas as soluções para remediar estes erros são más".Albino Almeida, da Federação Regional das Associações de Pais de Gaia (FEDAPAGAIA) disse ao JN que "não faz sentido exigir que, por exemplo, um aluno que tenha zero na prova seja beneficiado com oito pontos"."O que nós queremos - continuou - é que o GAVE, de uma vez por todas, torne público por que é que continuam a existir, desde há três anos a esta parte, erros inadmissíveis nos exames nacionais". Segundo Albino Almeida, as federações nortenhas querem que o director do GAVE garanta que não voltará a haver erros nos exames nacionais, "sob a pena de termos de pedir a sua demissão do cargo".Todas as federações coincidem em defender que "uma prova de avaliação nacional deve-se pautar por rigor e objectividade" para que os alunos não sejam confrontados com "questões abstrusas, irresolúveis, causadoras de ansiedade, confusão e perdas de tempo irremediáveis".Outro erro recusado pelo MEAna Rego, da Sociedade Portuguesa de Química, afirmou ter encontrado um outro erro na prova de Física e Química A. Aquela responsável revelou que o enunciado da pergunta 2.2.2 é demasiado "vago" e a proposta de correcção admite apenas uma resposta, quando há outras possíveis. "O enunciado é vago e a proposta de correcção não é a mais adequada porque só considera uma resposta, que é a menos provável", referiu ontem à agência Lusa. Confrontado com a alegação de Ana Rego, o Ministério da Educação recusou a existência do referido erro.

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