No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

1169 provas de Biologia e Geologia revistas após início das candidaturas

11 de Julho de 2007, Diário de Notícias

O Ministério da Educação mandou ontem recolher e corrigir os enunciados de 1169 exames de Biologia e Geologia ( 702), feitos por alunos das 19 escolas secundárias do distrito de Setúbal. Destes, houve 130 casos em que a classificação dos estudantes acabou por ser melhorada em nove valores, numa escala de 200. Uma alteração que acontece um dia depois dos alunos terem já iniciado as candidaturas ao ensino superior. Esta foi uma decisão inédita em exames nacionais, já que as notas das provas já estavam afixadas em pauta desde sexta-feira. Tudo, segundo disse ao DN Rui Nunes, assessor de imprensa do Ministério da Educação, porque houve uma supervisora dos correctores de exames que faltou a uma reunião. "Houve uma reunião de supervisão do Júri Nacional de Exames (JNE) sobre esta prova , em que se decidiu criar uma adenda aos critérios de classificação, no sentido de passar mais uma resposta tipo para uma questão", explicou. "E a supervisora de Setúbal não esteve presente na reunião". O tópico em causa, uma questão aberta, no item 5 do grupo III da prova, dizia respeito ao granito de Lamares. Mais concretamente ao efeito que a água e as fissuras por este apresentadas têm no seu elevado grau de alteração física. A nova resposta-tipo, que antes era considerada inaceitável, permite aos alunos associarem a diminuição da temperatura em determinadas épocas do ano com o congelamento da água que circula nas fissuras.Alertas de docentes ignorados"O que não se percebe é que só agora tomem esta decisão, porque já tínhamos alertado para esta situação há muito", disse ao DN Graça Pereira, uma das professoras de Biologia que ontem foram chamadas "de urgência" à delegação de Setúbal do Ministério, para emendar as correcções. "Depois da conclusão das provas [a 19 de Junho] houve duas reuniões com a supervisora, separadas por uma semana, em que chamámos a atenção para isso: 'Vamos agora dizer que a água não congela nas fissuras da rocha?' Era óbvio que os alunos podiam seguir por essa resposta. ", considerou. "A supervisora respondeu-nos que não havia alteração, porque na questão se falava em condições climatéricas actuais, que são de aquecimento [global]..."Graça Pereira, docente na Secundária Augusto Cabrita, no Barreiro, confessou ainda que este foi um caso único na sua carreira: "Em 20 anos como professora, nunca tinha visto isto acontecer", contou. "É usual serem feitas pequenas alterações [aos critérios de correcção]. Mas nunca já com as pautas afixadas, com os alunos a concorrerem ao ensino superior". No final, acabou por ter de rever "29 provas, seis delas, salvo erro, com alterações".Rui Nunes garantiu ao DN não vão haver "absolutamente nenhumas consequências práticas" deste caso. "Há formas de resolver isto com um mínimo de burocracias", assegurou. O porta-voz ministerial disse também que "todas as provas, já revistas e reclassificadas" foram entregues escolas "até às 18.00" de ontem. Outras fontes garantiram, no entanto, que algumas escolas só as recebem esta manhã

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