Fundação de ensino na Madeira
5 de Julho de 2007, Jornal de Notícias
"A Universidade da Madeira dada a sua juventude, dimensão e localização deve considerar seriamente a possibilidade de se transformar numa fundação", afirma Pedro Telhado Pereira, reitor da referida instituição. No Porto, o reitor diz que "as fundações constituem um dos modelos que valerá a pena equacionar, a par do de instituto público, mas com um modelo de gestão muito diferente do actual".Pedro Telhado Pereira considera que a fundação, sendo de direito privado, permite formas de gestão "mais de acordo com a nossa dimensão". Por outro lado há uma aproximação na fundação entre a academia e o meio envolvente, representado no Conselho de Curadores, o qual vai poder manifestar a sua concordância com a estratégia da Universidade e aprová-la. Ainda segundo o reitor da Universidade da Madeira, os Curadores não se poderão alhear das especificidades da instituição e deixar de ser elos para a defesa da necessidade de encontrar respostas para a problemática das universidades localizadas nas regiões ultraperiféricas."Parece-me que a Universidade da Madeira deve discutir a sua transformação em fundação; transformação que eu e a minha equipa apoiamos", afirma.Segundo fontes sindicais do sector, a fundação poderá ser uma forma de contornar ou responder à decisão do Governo da República em não dar a dupla tutela à Região Autónoma da Madeira da Universidade da Madeira. "Penso que o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior (RJIES) deve permitir maior liberdade organizativa às fundações através de soluções como as apontadas no relatório da OCDE", sublinha Pedro Telhado Pereira, numa referência a eventuais ajustes no debate da especialidade na Assembleia da República.José Marques dos Santos, reitor da Universidade do Porto, não é um entusiasta como o seu homólogo da Madeira, mas deixa a porta aberta. "Ainda é cedo para responder categoricamente a esta questão. Pessoalmente, considero essencial que haja mudanças no modelo de governação das universidades portuguesas", acrescentando que a fundação é um modelo que vale a pena equacionar."Quanto à existência da possibilidade de opção voluntária para propor a adopção do modelo fundacional por parte das universidades, acho que em princípio deve existir", afirma Carlos Costa, director da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), instituição a propósito da qual se especula sobre a hipótese de autonomização e passagem a fundação. Carlos Costa considera ainda cedo para discutir esse cenário para a FEUP."Não é possível dizer, neste momento, para que lado pende a balança", diz o reitor da Universidade do Porto.
5.7.07
|
Etiquetas:
Ensino Superior
|
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário