Ministro diz que Portugal tem o maior crescimento de recursos humanos em investigação
Portugal é o país europeu com a maior taxa de crescimento de recursos humanos em investigação e desenvolvimento, afirmou hoje, em Lisboa, o ministro da Ciência, no final do primeiro dia da reunião ministerial da União Europeia dedicada à competitividade.
Os ministros da Ciência da UE estiveram hoje reunidos para discutir o papel da investigação científica e tecnológica no reforço da competitividade da economia europeia e na criação de empregos. Presidida pelo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, a reunião informal dos 27 debateu o reforço do investimento público e privado em Investigação e Desenvolvimento (I/D), tendo em vista um novo ciclo da Estratégia de Lisboa para a modernização da economia da UE e para o aumento da sua competitividade e eficácia interna e externamente. No final da reunião e em declarações aos jornalistas, o ministro Mariano Gago lembrou que os países europeus estão a fazer "um grande esforço" para atingir as metas da Estratégia de Lisboa. Por cá, é necessário "aumentar sistematicamente o esforço público em matéria de investigação e desenvolvimento e criar condições - sobretudo aumentar o número de pessoas que trabalham na área da investigação e desenvolvimento", afirmou o ministro. Segundo dados oficiais, o número de pessoas activas em I/D, em 2005, era de 25.651 em tempo pleno, sendo 82 por cento investigadores, o que representou um aumento total de quatro por cento em relação a 2002. Paralelamente, o número anual de novos doutoramentos atribuídos ou reconhecidos por universidades portuguesas aumentou de 608 para 1273, entre 1996 e 2006, havendo a expectativa de que ultrapasse 1500 em 2009. A par disso, quase duplicou, no ano passado, o número de bolsas de pós-doutoramento financiadas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Quanto à produção científica portuguesa, o número de publicações portuguesas referenciadas internacionalmente quase duplicou entre 2000 e 2006, tendo aumentado ao mesmo tempo a produção científica em co-autoria com instituições de outros países. Outro dos pontos analisados na reunião foi a ainda fraca participação das mulheres europeias na área da investigação, situação que em Portugal já está resolvida. Portugal ocupa o quarto lugar no "ranking" dos países com mais mulheres a trabalhar em ciência e tecnologia na Europa: 44 por cento, quando a média da UE a 25 era de 29 por cento, de acordo com os últimos dados disponíveis. "Nós temos uma situação absolutamente excepcional, temos quase o mesmo número de homens e mulheres em I/D e isso não é a situação europeia", afirmou. O conselho informal de ministros da Ciência continua amanhã, dia em que será abordada a questão dos recursos humanos em I/D e a "fuga de cérebros" da Europa. Na reunião, intitulada "Concretizar as metas de Lisboa", participaram hoje o comissário europeu para a Ciência e a Investigação, o esloveno Janez Potocnik, António Câmara, fundador da Ydreams e Prémio Pessoa de 2006, Epifânio da Franca, da Chipidea, Fotis Kafatos, do Conselho de Investigação Europeu (ERC) e o secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor.
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