Universidades e politécnicos com mais sete mil alunos face a 2006
16 de Setembro de 2007, Jornal de Notícias
Quase 42 mil candidatos ao ensino superior já ficaram colocados na primeira fase do concurso de acesso aos 1031 cursos e em universidades e institutos politécnicos públicos. De acordo com dados do Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, o número de estudantes (41 938) que vê a sua situação resolvida representa um aumento de 7078 alunos, ou seja, 20,3% em relação ao ano passado. Na segunda fase, que decorre entre amanhã e o dia 21, 9534 estudantes vão disputar as 6812 vagas sobrantes - o que significa que mais de 2718 ficarão de fora. Mas há cursos, como os de Medicina, que voltaram a ser os mais exigentes quanto às médias, já não tendo lugares em aberto.Uma análise à evolução das colocações na primeira fase permite concluir que a taxa de colocação dos alunos (81% dos candidatos) é a sexta mais baixa dos últimos dez anos, a menor dos últimos seis. O que não é necessariamente mau, porque a evolução (ver quadro) também mostra que o número de candidatos (51.472) que se apresentou este ano está a aproximar-se do registado em 1997 (52.122), quando os colocados (35.452) correspondiam a apenas 68% dos interessados. Por outro lado, também é certo que o número de vagas iniciais a concurso tem crescido mais do que o número de interessados. Em 1998, eram 42.224; em 2007 são 48.710, o que dá 15,36%. Essas vagas aumentaram sempre entre 1996 e 2002, caindo mais de 3100 em 2003 e têm vindo a recuperar desde então. Entre o ano passado e 2007 o número aumentou 5%. O Ministério valoriza o número de candidatos nesta primeira fase, que representa um aumento de 27% em relação a 2006, bem como o número de colocados. Mas ainda não é possível adiantar explicações conclusivas, uma vez que é necessário esperar pelos dados da segunda fase e avaliar variáveis como as alterações na demografia, os resultados das mudanças nos ensinos básico e secundário e a atracção gerada pelo ensino superior junto dos jovens e das suas famílias. Para essa atracção pode ter contribuído o aumento da diversidade de oferta do ensino politécnico e de cursos superiores em horários pós-laborais. Se o número global de colocados no ensino superior subiu 20,30% desde o ano passado, o politécnico foi o segmento que registou um crescimento maior (25%), quanto o universitário subiu 17%, embora os colocados em universidades continuem a ser em maior número 24.046, contra 17.892 que chegaram a institutos politécnicos. Por outro lado, cerca de 63% dos cursos (652 em 1.031) já têm todas as vagas preenchidas. Entre eles, estão todas as licenciaturas em Medicina e em Arquitectura, que esgotaram, respectivamente, 1.400 e 541 vagas.O curso de Medicina na Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa registou a média mais elevada, com o último aluno a entrar com uma nota de candidatura de 18,85 valores. O último aluno a entrar no curso de Gestão na Escola Superior de Gestão, Hotelaria e Turismo de Faro, da Universidade do Algarve tem 9,93 valores. Do total de cursos, 258 ficaram com menos de vinte alunos colocados, o que põe em causa o financiamento pelo Estado, se não conseguirem alcançar aquele número no final da segunda fase. Entre eles, nove não colocaram nenhum aluno, sobretudo na área das engenharias, dos quais sete em institutos politécnicos. Por oposição, o curso da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa mantém-se como o recordista de entradas, com 500 novos alunos, seguido da licenciatura igualmente em Direito da Universidade de Coimbra, com 330.Dos 1.031 cursos, 911 (88%) estão já adaptados ou foram criados de raiz nos moldes do Processo de Bolonha, prevendo-se que todos estejam já a funcionar de acordo com os novos princípios até 2010.
16.9.07
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Ensino Superior
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