Investigadores descobrem marcas da solidão nos genes
13.09.2007 - Jornal PUBLICO.PT
O padrão molecular dos indivíduos que ao longo da vida não desenvolveram relações de proximidade, considerados em solidão crónica, afinal é diferente do das pessoas sistematicamente incluídas em redes sociais. É como se a solidão fosse uma molécula ou deixasse uma impressão digital no organismo, diz o estudo publicado pela revista científica "Genome Biology".
Já se sabia que o envolvimento social de uma pessoa tinha efeito no seu estado de saúde mas não era certo que as doenças cardíacas, infecções virais ou o desenvolvimento de cancros, mais frequentes em indivíduos em determinados contextos sociais estivessem relacionadas com factores biológicos e não com condicionantes exteriores consequentes, como a falta de assistência física ou económica proporcionada pelas redes pessoais.“O que este estudo revela é que o impacto biológico do isolamento social interfere com alguns dos nossos processos internos mais básicos, ao nível da actividade genética”, disse Steve Cole, um dos investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), responsáveis pelo estudo. “Descobrimos que alterações na expressão genética das células do sistema imunitário estão directamente ligadas à experiencia subjectiva da distância social”.Os investigadores monitorizaram a actividade genética nos glóbulos brancos, elementos vitais no sistema imunitário. Dos 14 participantes em estudo, seis foram colocados no topo da “escala de solidão” (desenvolvida em 1970 pela UCLA) e os restantes obtiveram classificações subtancialmente inferiores.Analisado o sangue dos participantes, descobriram 209 diferenças entre os dois grupos: as pessoas mais isoladas tinham 78 genes mais activos e 131 com menor expressão, o que reforçou a tese de uma alteração molecular nos indivíduos numa situação de solidão crónica.“As diferenças que encontrámos não dependiam de outros factores de risco, como o estado de saúde, a idade, o peso ou o tipo de medicação. As alterações eram até independentes do tamanho objectivo da rede social de uma pessoa”, disse Steve Cole. A confrontação das funções destes genes com os problemas registados entre os indivíduos em isolamento social revelaram uma nova chave para o problema: entre os genes mais activos nos indíviduos solitários estavam alguns envolvidos no sistema imunitário, nomeadamente nas reacções inflamatórias. Os menos activos tinham papéis fundamentais nas respostas anti-virais e produção de anti-corpos. “Estas descobertas fornecem novos alvos moleculares para o esforço de tentar travar os efeitos negativos do isolamento social”, explicou o responsável.Segundo os investigadores, esta diferença no padrão molecular reflexo da situação social de isolamento nos indivíduos pode vir a ser utilizada enquanto marcadores biológicos para se desenvolverem tratamentos de forma a reduzir os impactos negativos na saúde.
Já se sabia que o envolvimento social de uma pessoa tinha efeito no seu estado de saúde mas não era certo que as doenças cardíacas, infecções virais ou o desenvolvimento de cancros, mais frequentes em indivíduos em determinados contextos sociais estivessem relacionadas com factores biológicos e não com condicionantes exteriores consequentes, como a falta de assistência física ou económica proporcionada pelas redes pessoais.“O que este estudo revela é que o impacto biológico do isolamento social interfere com alguns dos nossos processos internos mais básicos, ao nível da actividade genética”, disse Steve Cole, um dos investigadores da Universidade da Califórnia, em Los Angeles (UCLA), responsáveis pelo estudo. “Descobrimos que alterações na expressão genética das células do sistema imunitário estão directamente ligadas à experiencia subjectiva da distância social”.Os investigadores monitorizaram a actividade genética nos glóbulos brancos, elementos vitais no sistema imunitário. Dos 14 participantes em estudo, seis foram colocados no topo da “escala de solidão” (desenvolvida em 1970 pela UCLA) e os restantes obtiveram classificações subtancialmente inferiores.Analisado o sangue dos participantes, descobriram 209 diferenças entre os dois grupos: as pessoas mais isoladas tinham 78 genes mais activos e 131 com menor expressão, o que reforçou a tese de uma alteração molecular nos indivíduos numa situação de solidão crónica.“As diferenças que encontrámos não dependiam de outros factores de risco, como o estado de saúde, a idade, o peso ou o tipo de medicação. As alterações eram até independentes do tamanho objectivo da rede social de uma pessoa”, disse Steve Cole. A confrontação das funções destes genes com os problemas registados entre os indivíduos em isolamento social revelaram uma nova chave para o problema: entre os genes mais activos nos indíviduos solitários estavam alguns envolvidos no sistema imunitário, nomeadamente nas reacções inflamatórias. Os menos activos tinham papéis fundamentais nas respostas anti-virais e produção de anti-corpos. “Estas descobertas fornecem novos alvos moleculares para o esforço de tentar travar os efeitos negativos do isolamento social”, explicou o responsável.Segundo os investigadores, esta diferença no padrão molecular reflexo da situação social de isolamento nos indivíduos pode vir a ser utilizada enquanto marcadores biológicos para se desenvolverem tratamentos de forma a reduzir os impactos negativos na saúde.
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