Ministério da Educação 'ignora' menino autista
O Ministério da Educação "não tem dinheiro" para apoiar a formação de um autista e amblíope de 6 anos, natural de Vila Boa, Barcelos. Foi este o argumento dado ontem aos pais de Diogo na terceira audiência que tiveram na Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), no Porto. A tutela quer pôr o menor no ensino regular, cumprindo a lei, mas os pais queixam-se de a escola designada não ter docente e educador de ensino especial nem salas adequadas. Luís Barbosa e Paula Duval prometem "ir até ao fim e enfrentar cara a cara a ministra" Maria de Lurdes Rodrigues. A próxima reunião é na terça-feira de manhã, em Braga."Descontamos há 15 anos para a Segurança Social para isto?! Incentivamos todos os que vivem este tipo de problemas a não descontarem", pediu o casal. "Vêm tantos milhões da União Europeia para Otas, TGV, indústrias, até para computadores. José Sócrates não terá fundos para o mais importante, a saúde?", acentuou Luís Barbosa. O encarregado de educação, que defende o assunto há quase dois meses, deseja ver Diogo - portador do síndrome de Morser - nas aulas do 1.º Ciclo na Associação de Pais e Amigos das Crianças Inadaptadas (APACI), em Barcelos, com o apoio do Estado na formação, alimentação, terapia e estabilidade emocional. E a APACI tem de facto a vaga guardada. Todavia, os pais recusam pagá-la, porque "o Governo tem obrigação clara de ajudar " nestes casos.O Ministério da Educação tenciona encaminhar a criança para o Agrupamento Escolar Gonçalo Pereira, mais precisamente para a EB1 da freguesia urbana de Vila Frescainha S. Pedro, no qual entende que a integração do menor sai beneficiada. "Oxalá o meu filho pudesse ir para o ensino regular, era bom sinal, mas não pode", sublinhou Paula Duval, vincando que a sua posição "é por todos os pais, crianças e familiares" em situação semelhante. Aproveitou para agradecer o "empenho" da APACI, do agrupamento escolar e da câmara municipal. Luís Barbosa diz não ter medo e vai "até onde for possível para fazer cumprir" os direitos: "Se for preciso, enfrento cara a cara a ministra."
15.9.07
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Etiquetas:
Educação - Ministério da Educação
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