Educação sexual sem uma disciplina, mas obrigatória
27 de Setembro de 2007, Jornal de Notícias
Não haverá uma disciplina de Educação Sexual, mas esta matéria será abordada com os temas dos distúrbios alimentares, o consumo de substâncias como o álcool, tabaco e drogas, perturbações psicológicas, a violência em meio escolar e os comportamentos de risco. Com carácter obrigatório.Estas são as conclusões centrais de um relatório entregue ontem ao Governo por Daniel Sampaio, o responsável pelo estudo sobre a abordagem do sistema educativo aos temas de sexualidade. A serem aceites as recomendações, estes temas serão focados fora das disciplinas curriculares, terão uma avaliação definida pelo professor coordenador - podem ser testes americanos, exercício de grupo, um projecto, etc - e o conteúdo vai adequar-se às idades dos alunos que frequentam cada ciclo do Ensino Básico.No 1º ciclo, por exemplo, deve falar-se das noções de corpo, de família, da diferença entre rapazes e raparigas. Já no 2º e 3º ciclo deve ser abordada a puberdade e os ciclos biológicos e hormonais, as transformações do corpo, a tolerância para com todas as formas de sexualidade, a reprodução humana e métodos contraceptivos seguros. Isto, porque como disse Miguel Oliveira Dias, um dos responsáveis pelo relatório, os inquéritos mostram "um consumo exponencial da pílula do dia seguinte" entre adolescentes. Algumas tomam-na três e quatro vezes por mês, desconhecendo que só existe um ciclo ovulatório mensal.Será também no 3º ciclo que o professor (que não tem que ser de Biologia, mas com quem os alunos tenham uma melhor relação pessoal) deve falar das doenças sexualmente transmissíveis e da Sida, levando o jovem a entender que não pode ser pressionado a fazer sexo se não quiser e a evitar situações de risco. Daniel Sampaio acredita que este ano lectivo já será possível às escolas ministrar 90 minutos por semana, ou fazer uma semana num ano dedicada a um ou aos quatro temas que são propostos alimentação e exercício físico; dependências; doenças sexualmente transmissíveis; e violência nas escolas.O grupo diz que, desde 2005, cerca de 12 mil professores estão habilitados a dar Educação para a Saúde.Escolas escolhem refeitório e ginásio Das 1082 escolas que responderam ao inquérito, 95% disseram que o refeitório é o espaço mais adequado para dar Educação para a Saúde. Seguem-se os clubes de actividade (81%) e o ginásio (81%).Alimentação mais falada que sexualidade e VIH Em 79% das escolas onde a Educação para a Saúde já é abordada, o tema de eleição é a alimentação, seguindo-se a sexualidade. Só 42% fala de violência e perturbações mentais (depressões). Os temas são dados sobretudo em formação cívica (92%) e área projecto (89%). Pais participam muito pouco na vida da escola O inquérito revelou que apenas 13% dos pais participam na vida da escola e 32% deles têm uma participação muito fraca.Escolas devem variar materiais de divulgação A maioria das escolas distribui folhetos ou coloca-os na biblioteca. Grupo de trabalho aconselha o recurso a jogos, livros, vídeos e à Internet.
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