Engenheiros abrem polémica no Superior
10 de Setembro de 2007, Jornal de Notícias
As críticas do bastonário da Ordem dos Engenheiros (OE) ao ensino das engenharias em Portugal não caíram bem entre os politécnicos, os principais visados por Fernando Santo, noticiou ontem o Expresso online. À saída da Conferência Internacional sobre o Ensino da Engenharia (CIEE), que terminou quinta-feira em Coimbra, Fernando Santo defendeu a uniformização das designações de forma a reduzir os actuais 314 cursos de engenharia para 70 ou 80. Ao mesmo tempo, desejou que a futura agência de acreditação dos cursos superiores se oriente "pelos níveis de exigência internacionais". "Se assim for, vai perceber que há cursos que deveriam ser fechados, porque não têm o mínimo de qualidade?, disse. A reacção, ainda segundo o Expresso, foi pronta. O presidente do Conselho Coordenador dos Institutos Superiores Politécnicos (CCISP), Luciano de Almeida, afirmou não se opor ao encerramento de cursos sem qualidade, mas considerou que estar desde já a traçar esse cenário mais não faz que "introduzir ruído no processo". Mas Luciano de Almeida é mais crítico em relação à à uniformização proposta pelo Bastonário "O que é indispensável é que as designações identifiquem correctamente as formações. A febre da uniformização é sintoma de mediocridade. Não permite a diferenciação", sublinhou. Luciano de Almeida acusou ainda os actuais profissionais de engenharia de estarem a "exercer pressão" sobre as gerações vindouras "por razões de concorrência". O responsável foi corrosivo em relação ao sistema de acreditação que dispensa alunos de algumas escolas do exame de acesso à Ordem, acusando-o de ser "inconstitucional" e de "servir interesses corporativos". Já o Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP) recebeu "com apreço" as declarações de Santo. O presidente, Seabra Santos, recordou que em 2005 o próprio CRUP elaborou um estudo, que propunha a redução para apenas 18 das então 133 designações de cursos de engenharia para apenas 18, um corte de 86%. Ao "Expresso", Fernando Santo apontou a mira aos politécnicos e à Reforma de Bolonha "à portuguesa", que passou atribui o grau de engenheiro ao titular de uma formação de 3 anos, em vez dos anteriores 5.
10.9.07
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Ensino Superior
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