Corrida às poucas vagas sobrantes no Superior
18 de Setembro de 2007, Jornal de Notícias
"Ficar um ano à espera de uma vaga em Saúde é uma ideia que me assusta. Tudo tem de ser bem ponderado agora". Ana Vinhas expressava, ontem, ao JN, as mesmas dúvidas e incertezas dos 9534 estudantes que não foram colocados na primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior. Apesar de haver mais de 6800 vagas por preencher,as vocações falam mais alto. Por isso, uns acabam por optar pelo ensino privado, enquanto outros decidem ficar um ano a subir médias e, quem sabe, a ganhar uns "cobres" num eventual trabalho temporário. "Só concorri a cursos da área da Saúde no Porto e julguei que tinha média para entrar, mas tive o azar de as médias terem disparado este ano. Por isso, não fiquei colocada", lamentou Ana Vinhas. Ontem, no átrio do Instituto Superior de Engenharia do Porto - onde decorre o concurso de acesso ao ensino superior -, Ana consultava a lista das vagas disponíveis. "Vou-me candidatar a vagas que venham a surgir e ao curso de Engenharia Industrial e Gestão. Também há a hipótese de concorrer ao ensino privado. A ideia de ficar um ano a estudar ou trabalhar assusta-me. Tenho de ponderar bem tudo", referiu.Ao lado, a colega Lea Lima havia sido colocada em Engenharia Industrial, no Porto, embora a sua primeira opção tivesse sido Medicina. "Eu preferia saúde, mas aceitei este curso e para o ano logo se vê, se for preciso mudo".Tânia Ferreira teve mais sorte. O seu sonho era fazer um curso de educadora de infância e foi colocada, só que.... em Braga. "Vivo em Rio Tinto e preferia ficar no Porto. Já me inscrevi na Universidade do Minho, mas venho tentar a sorte na segunda fase, pode ser que surja alguma vaga", revelou.Uma vez mais, a saúdeA ausência de vagas em cursos de Saúde na segunda fase deixou Maria do Carmo Sousa triste. "Não pude apresentar a candidatura na primeira fase e, agora, já não há vaga nenhuma", afirmou. Mesmo assim, já tinha a papelada na mão para se candidatar a uma vaga eventual. Marcelo Santos também não pôde se candidatar à primeira fase, por isso ficou sem vaga em Engenharia Informática. "Há lugares em Ciências dos Computadores, Matemática e Engenharia Mecânica, vou ver se consigo uma dessas vagas agora", disse, esperançado.O Porto, obviamente, foi só um exemplo do que se passou ontem pelo país. Porque os 9534 estudantes que não conseguiram vaga podem ainda concorrer aos 6812 lugares sobrantes, nesta segunda fase de candidaturas. Mesmo que alguns cursos não estejam já disponíveis.
Mariano Gago diz estar orgulhoso
Quase 42 mil estudantes foram colocados na primeira fase do concurso de acesso ao Ensino Superior público, mais 20 por cento do que no ano passado. Os dados levaram o ministro Mariano Gago a dizer que os portugueses devem sentir-se "muito orgulhosos" pelo número elevado de estudantes que entraram no Ensino Superior.
Muitos preferiram ver os resultados na Internet
Algumas reitorias das universidades tiveram pouca afluência de estudantes no dia em que divulgaram os resultados das colocações. "É mais prático ver na Internet", disse um à Lusa.
Vila Real pode ter batido o recorde
Apesar da possível consulta de resultados online, houve várias localidades onde as universidades se encheram. Em Vila Real, por exemplo, as filas de alunos eram imensas.
Bolsas para robótica sem candidatos
Hélder Araújo, catedrático da Universidade de Coimbra, alertou ontem para a dificuldade em atribuir bolsas de estudo em robótica, pela "dificuldade em encontrar alunos interessados e com as qualificações necessárias". A fase de candidaturas para bolsas abre-se agora para milhares.
18.9.07
|
Etiquetas:
Ensino Superior
|
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário