Mariano Gago considera "absurda" uma Ordem dos Cientistas
Mariano Gago opôs-se hoje à criação de uma Ordem dos Cientistas, por considerar "um absurdo" a redução de uma actividade tão diversificada a uma regra única. "Será um absurdo a redução da actividade científica a uma única norma", considerou Mariano Gago, sublinhando que "a comunidade científica é extraordinariamente diversificada" e a actividade científica "que se faz em história é muito diferente da actividade científica que se faz em ciências biomédicas, por exemplo".
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falava à margem da Conferência Mundial sobre Integridade Científica, que decorre até quarta-feira, em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, com cerca de 300 delegados de vários países, incluindo directores dos principais laboratórios científicos, financiadores, editores de publicações científicas e investigadores.
"Ao contrário das profissões regulamentadas, como são a profissão de médico ou de engenheiro ou advogado, que exigem uma regulamentação estrita que é entregue pela sociedade às instituições profissionais em todo o mundo, a ciência mostrou ao longo dos tempos que o controlo das instituições umas pelas outras, que a comunidade - a República dos Cientistas -, é ela própria um dos maiores garantes da vida democrática nas sociedade desenvolvidas", afirmou.
Transparência na informação científica
O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falava à margem da Conferência Mundial sobre Integridade Científica, que decorre até quarta-feira, em Lisboa, no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, com cerca de 300 delegados de vários países, incluindo directores dos principais laboratórios científicos, financiadores, editores de publicações científicas e investigadores.
"Ao contrário das profissões regulamentadas, como são a profissão de médico ou de engenheiro ou advogado, que exigem uma regulamentação estrita que é entregue pela sociedade às instituições profissionais em todo o mundo, a ciência mostrou ao longo dos tempos que o controlo das instituições umas pelas outras, que a comunidade - a República dos Cientistas -, é ela própria um dos maiores garantes da vida democrática nas sociedade desenvolvidas", afirmou.
Transparência na informação científica
Para o Ministro da Ciência, às políticas científicas cabe apenas definir as condições de fronteira e o funcionamento das instituições científicas. "Hoje, qualquer política científica moderna exige a avaliação externa das instituições científicas, exige a publicidade dessas avaliações, exige transparência na informação científica dessas instituições", afirmou, salientando que "as instituições científicas são das mais expostas à crítica e contestação daqueles que recebem os resultados das investigações e que exigem respostas precisamente da ciência a factos concretos". O ministro defendeu que a defesa da integridade das instituições científicas tem de ser uma prioridade da União Europeia e considerou que neste caso Portugal está envolvido no grupo dos países democráticos desenvolvidos. "Em Portugal a batalha pelo desenvolvimento científico teve períodos difíceis até chegarmos ao nível dos outros países", disse, salientando que hoje "a comunidade científica portuguesa é uma comunidade extraordinariamente internacionalizada, que segue as práticas de conduta do mundo inteiro" e que fomentou na sociedade "uma cultura de espírito crítico". Na Conferência Mundial sobre Integridade Científica, o Comissário europeu Janez Potocnik considerou essencial a discussão de uma ética para o funcionamento da ciência, mas salientou que "os cientistas são pessoas confiáveis, apesar de eventuais casos de más interpretações e de possibilidades de fraude". Janez Potocnik defendeu a transparência e o acesso à informação científica de forma que as actividades de pesquisa e resultados sejam mais acessíveis a todos e reafirmou a intenção de a CE financiar a investigação através dos programas em curso, apoiar redes de forma a facilitar a troca de informações e respostas a brechas transnacionais na integridade científica pelos países da UE.
"A concorrência é grande"
"A concorrência é grande"
Angel Curria, secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), defendeu que é importante a prevenção e "medidas políticas que levem os sistemas a enfrentar o mau comportamento ético", salientando a importância da cultura científica para o desenvolvimento, já que "a pobreza financeira está ligada à pobreza intelectual". "A concorrência é grande, a luta por fundos uma realidade e um cientista pode ver-se obrigado a mostrar trabalho. Daí a fazer batota pode ser fácil", disse, considerando que a falta de ética "é um ataque à própria comunidade científica, às instituições e universidades que albergam o trabalho científico, às publicações, investidores, etc.". A primeira Conferência Mundial sobre Integridade Científica é organizada pela Fundação Europeia para a Ciência (ESF) e pelo Departamento Norte-americano para a Integridade Científica do Departamento Federal dos Serviços de Saúde, em parceria com a Fundação para a Ciência e Tecnologia, o Conselho Internacional da Ciência e a NATO.
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