Ministra só quer docentes para o 3.º ciclo
4 de Setembro de 2007, Jornal de Notícias
Milhares de docentes do quadro não foram colocados no primeiro concurso por haver um excesso de oferta de professores nos primeiros níveis de ensino, para os quais não há alunos suficientes. A justificação da ministra da Educação repetiu-se ontem, numa manhã que prometia ser marcada pelo protesto dos sindicatos de professores por todo o país, marcado para vários centros de emprego (ver texto ao lado), mas que Lurdes Rodrigues quis reverter. Para isso, anunciou medidas a implementar nos próximos meses, para atingir o objectivo maior da legislatura diminuir o abandono até ao 12º ano.Mas a polémica com os professores que ficaram sem lugar não morreu. Na maioria, disse Lurdes Rodrigues, são educadores de infância ou docentes do 1º e 2º ciclo do básico e o sistema carece é de professores do ensino secundário, nomeadamente nas áreas de Matemática e Informática. "Mais de metade dos candidatos a professor são de ciclos de ensino que não estão em crescimento", referiu, ontem, Maria de Lurdes Rodrigues, em conferência de Imprensa. "O 1º e 2º ciclos do ensino básico não estão em crescimento. Não são precisos professores no pré-escolar, mas sim no 3º ciclo e no ensino secundário, sobretudo devido ao aumento da oferta nos cursos de educação e formação profissionalizantes", acentuou. A ministra reconheceu que "é sempre muito complicado falar de desemprego" e que "só quem não viveu em precariedade (laboral) é que não entende" o que estes professores - "muitos dos quais com experiência" - estão a passar. Mas logo sublinhou que o desemprego entre os diplomados atinge todas as profissões, e não apenas os docentes. Uma aposta , seguindo CavacoEntre as dez novidades ontem anunciadas, as únicas realmente merecedoras dessa designação prenderam-se com a atribuição de mais apoios aos estudantes do ensino profissional. Meses depois de Cavaco Silva ter sublinhado a necessidade de travar o abandono escolar e de criar medidas concretas de apoio financeiro às famílias economicamente débeis (para os jovens poderem completar o 12º ano de escolaridade), a ministra da tutela anunciou a atribuição de um subsídio de transporte aos alunos da via técnico-profissional.Este complemento consiste numa verba diária que não será concedida nos dias em que o aluno faltar às aulas. Só será dado a partir de Janeiro - porque será pago pelos fundos comunitários -, mas irá abranger a região de Lisboa e Vale do Tejo, não contemplada pelo Quadro Comunitário de Apoio (QCA), onde estão situadas 40% das escolas profissionais do país. Além disso, todos os alunos do secundário com 14 valores de média no total das disciplinas, e que sempre transitaram de ano, terão direito a uma nova bolsa de mérito. Assim, mesmo que não tenha apoio da acção social escolar, o bom aluno terá sempre direito a um "prémio" se o rendimento mensal dos progenitores for até aos mil euros. Outra promessa deixada pela ministra diz respeito à duplicação da acção social escolar do universo de beneficiados. O ideal seria atingir os 30%, mas a governante reconheceu que tal objectivo depende da captação de muitos mais alunos para o secundário. A Oposição de Direita criticou, horas depois, os anúncios ministeriais, com o social-democrata Pedro Duarte a lamentar a falta de " coragem" da ministra "para mexer no essencial". Já Diogo Feyo, do CDS, também desvalorizou as medidas, ao dizer esperar "outras novidades" porque o seu partido defende um modelo diferente de escola".
4.9.07
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Etiquetas:
Educação - Ministério da Educação,
Professores - geral
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