Trinta por cento dos alunos do secundário dizem ser vítimas de bullying em Espanha
Quarta, 7 de Fevereiro de 2007, Jornal Público
Esforço dos professores nos últimos anos apontado como decisivo para a melhoria da situação
Perto de 30 por cento dos estudantes do ensino secundário espanhol reconhecem ter sido vítimas de insultos e perseguições por parte dos colegas. O mapa do bullying (ameaça física ou psicológica continuada) em Espanha foi anteontem revelado por um estudo do provedor de Justiça e da Unicef. Com particular ênfase nos estudantes filhos de imigrantes."Em traços gerais, o panorama de maus tratos entre iguais melhorou nos últimos anos, se comparamos estes resultados com os de 2000", referiu Enrique Múgica, o defensor del Pueblo - equivalente ao provedor de Justiça português. "Não devemos contudo deixar-nos guiar por um optimismo erróneo, pois em todos os centros escolares continuam a verificar-se casos de assédio e maus tratos", sublinhou Múgica.O estudo, referente ao último ano escolar, foi feito com base num inquérito dirigido por Esperanza Ochaíta, catedrática de Psicologia Evolutiva e Educação da Universidade Autónoma de Madrid. O trabalho decorreu em três mil centros de ensino secundário públicos, com acordos com o Estado e privados de todo o país. Os alunos foram inquiridos sobre a denominada violência entre iguais como vítimas, agressores e testemunhas.Mais de 27 por cento dos estudantes inquiridos admitem ter sido maltratados verbalmente; 0,7 por cento reconhecem ser vítimas de assédio sexual e 9,8 por cento dizem-se ignorados pelos companheiros. No anterior estudo, de 2000, os resultados eram mais dramáticos nas três categorias: 39 por cento admitiam maus tratos, dois em cada 100 reconheciam ser alvo de assédio sexual e mais de 14 por cento afirmavam ser vítimas de ostracismo por parte dos companheiros de estudo.Novas tecnologiasPor outro lado, 32 em cada 100 dos entrevistados reconhecem que insultam os colegas (46 no ano 2000); 5,3 dizem que os agridem (eram 7,3 por cento) e 4,3 que os ameaçam (eram 7,4 por cento). Esta melhoria significativa deve-se, como sublinham o provedor de Justiça de Espanha e a Unicef, ao esforço realizado nestes sete anos pelos professores que aplicam programas preventivos contra o bullying. A maior parte (68 por cento) das escolas secundárias espanholas está dotada deste tipo de programas. Em 2000, apenas um quarto dos estabelecimentos de ensino os tinha em execução.O estudo revela, no entanto, um novo problema. Quase 30 mil alunos estrangeiros do secundário (um em cada cinco) afirmaram sentir-se excluídos pelos seus companheiros espanhóis. Mais: três mil destes filhos de imigrantes reconheceram ter sido ameaçados com armas brancas ou paus. Estes números representam o dobro deste tipo de situações entre os estudantes de origem espanhola. Mas foram detectadas outras novidades. Por exemplo, as novas tecnologias foram utilizadas como meio de assédio escolar, indicado por 5,5 por cento dos inquiridos. "Isto é particularmente grave, porque [as novas tecnologias] preservam o anonimato do autor, o que propicia um efeito amplificador do abuso", sublinhou Consuelo Crespo, presidente da Unicef Espanha.Entre as recomendações do estudo, para além do reforço dos programas de prevenção, Enrique Múgica destacou a necessidade de a disciplina de Educação para a Cidadania abordar a recusa de toda a forma de violência escolar e divulgar técnicas de resolução de conflitos interpessoais.
Perto de 30 por cento dos estudantes do ensino secundário espanhol reconhecem ter sido vítimas de insultos e perseguições por parte dos colegas. O mapa do bullying (ameaça física ou psicológica continuada) em Espanha foi anteontem revelado por um estudo do provedor de Justiça e da Unicef. Com particular ênfase nos estudantes filhos de imigrantes."Em traços gerais, o panorama de maus tratos entre iguais melhorou nos últimos anos, se comparamos estes resultados com os de 2000", referiu Enrique Múgica, o defensor del Pueblo - equivalente ao provedor de Justiça português. "Não devemos contudo deixar-nos guiar por um optimismo erróneo, pois em todos os centros escolares continuam a verificar-se casos de assédio e maus tratos", sublinhou Múgica.O estudo, referente ao último ano escolar, foi feito com base num inquérito dirigido por Esperanza Ochaíta, catedrática de Psicologia Evolutiva e Educação da Universidade Autónoma de Madrid. O trabalho decorreu em três mil centros de ensino secundário públicos, com acordos com o Estado e privados de todo o país. Os alunos foram inquiridos sobre a denominada violência entre iguais como vítimas, agressores e testemunhas.Mais de 27 por cento dos estudantes inquiridos admitem ter sido maltratados verbalmente; 0,7 por cento reconhecem ser vítimas de assédio sexual e 9,8 por cento dizem-se ignorados pelos companheiros. No anterior estudo, de 2000, os resultados eram mais dramáticos nas três categorias: 39 por cento admitiam maus tratos, dois em cada 100 reconheciam ser alvo de assédio sexual e mais de 14 por cento afirmavam ser vítimas de ostracismo por parte dos companheiros de estudo.Novas tecnologiasPor outro lado, 32 em cada 100 dos entrevistados reconhecem que insultam os colegas (46 no ano 2000); 5,3 dizem que os agridem (eram 7,3 por cento) e 4,3 que os ameaçam (eram 7,4 por cento). Esta melhoria significativa deve-se, como sublinham o provedor de Justiça de Espanha e a Unicef, ao esforço realizado nestes sete anos pelos professores que aplicam programas preventivos contra o bullying. A maior parte (68 por cento) das escolas secundárias espanholas está dotada deste tipo de programas. Em 2000, apenas um quarto dos estabelecimentos de ensino os tinha em execução.O estudo revela, no entanto, um novo problema. Quase 30 mil alunos estrangeiros do secundário (um em cada cinco) afirmaram sentir-se excluídos pelos seus companheiros espanhóis. Mais: três mil destes filhos de imigrantes reconheceram ter sido ameaçados com armas brancas ou paus. Estes números representam o dobro deste tipo de situações entre os estudantes de origem espanhola. Mas foram detectadas outras novidades. Por exemplo, as novas tecnologias foram utilizadas como meio de assédio escolar, indicado por 5,5 por cento dos inquiridos. "Isto é particularmente grave, porque [as novas tecnologias] preservam o anonimato do autor, o que propicia um efeito amplificador do abuso", sublinhou Consuelo Crespo, presidente da Unicef Espanha.Entre as recomendações do estudo, para além do reforço dos programas de prevenção, Enrique Múgica destacou a necessidade de a disciplina de Educação para a Cidadania abordar a recusa de toda a forma de violência escolar e divulgar técnicas de resolução de conflitos interpessoais.
16.4.07
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