Descoberto outro planeta habitável além da Terra
Este é o primeiro planeta fora do sistema solar com água em estado líquido
"Há anos que estávamos à espera disto. É uma grande descoberta". As palavras entusiasmadas são do jovem astrofísico francês Xavier Bonfils, co--autor do estudo que identificou este novo planeta. Mas é aqui, no Observatório Astronómico de Lisboa, onde está, há um ano, a trabalhar com uma bolsa de pós-doutoramento, que ele as diz. Quanto à descoberta, ela é mesmo um marco no estudo dos planetas extra-solares, ou exoplanetas, como lhes chamam os especialistas. É que este é o primeiro destes objectos que tem a distância certa em relação à sua estrela para ter uma temperatura semelhante à da Terra: entre zero e 40 graus Celsius. Ou seja, "tem a possibilidade de ter água em estado líquido à superfície", sublinha Bonfils, notando que essa é "uma condição essencial à vida, tal como a conhecemos". E nesta matéria, essa é, em última análise, a maior de todas as questões.O novo mundo, que foi prosaicamente chamado Gliese 581c, orbita uma estrela chamada Gliese 581, uma entre a centena de estrelas mais próximas da Terra, que está localizada a cerca de 20,4 anos-luz daqui, na constelação da Balança.A Gliese 581 tem um terço da massa do Sol e por isso entra na categoria das chamadas anãs vermelhas: estrelas fracas, por assim dizer, que são 50 vezes menos luminosas que as idênticas ao nosso Sol. Mas esta é justamente "uma característica que faz delas um bom alvo para procurar eventuais planetas" que vivam na sua órbita, sublinha Xavier Bonfils. E neste caso, os investigadores acertaram mesmo na mouche.Nos últimos dois anos já tinham sido detectados na órbita de outras estrelas dois planetas mais parecidos com a Terra do que os gigantes gasosos (como Júpiter) que constituem o grosso dos 227 planetas extra-solares até hoje descobertos. "Mas um deles está demasiado próximo da estrela e é muito quente e o outro está demasiado longe e é muito frio", conta o jovem astrofísico francês.O Gliese 581c está à distância ideal e por isso tem a temperatura ideal. Com cinco vezes a massa da Terra (o seu raio é 1,5 vezes o da Terra), é provavelmente rochoso e pode ter oceanos. A sua órbita em torno da estrela dura 13 dias. É um achado."Neste momento não dispomos de instrumentos para ver directamente estes planetas fora do sistema solar", explica Xavier Bonfils. "Vamos ter de esperar pelos telescópios espaciais previstos para a próxima década, para passar a essa fase."Até lá, sublinha o investigador, "há todo este trabalho de encontrar potenciais Terras para futura observação directa". A primeira já está.
"Há anos que estávamos à espera disto. É uma grande descoberta". As palavras entusiasmadas são do jovem astrofísico francês Xavier Bonfils, co--autor do estudo que identificou este novo planeta. Mas é aqui, no Observatório Astronómico de Lisboa, onde está, há um ano, a trabalhar com uma bolsa de pós-doutoramento, que ele as diz. Quanto à descoberta, ela é mesmo um marco no estudo dos planetas extra-solares, ou exoplanetas, como lhes chamam os especialistas. É que este é o primeiro destes objectos que tem a distância certa em relação à sua estrela para ter uma temperatura semelhante à da Terra: entre zero e 40 graus Celsius. Ou seja, "tem a possibilidade de ter água em estado líquido à superfície", sublinha Bonfils, notando que essa é "uma condição essencial à vida, tal como a conhecemos". E nesta matéria, essa é, em última análise, a maior de todas as questões.O novo mundo, que foi prosaicamente chamado Gliese 581c, orbita uma estrela chamada Gliese 581, uma entre a centena de estrelas mais próximas da Terra, que está localizada a cerca de 20,4 anos-luz daqui, na constelação da Balança.A Gliese 581 tem um terço da massa do Sol e por isso entra na categoria das chamadas anãs vermelhas: estrelas fracas, por assim dizer, que são 50 vezes menos luminosas que as idênticas ao nosso Sol. Mas esta é justamente "uma característica que faz delas um bom alvo para procurar eventuais planetas" que vivam na sua órbita, sublinha Xavier Bonfils. E neste caso, os investigadores acertaram mesmo na mouche.Nos últimos dois anos já tinham sido detectados na órbita de outras estrelas dois planetas mais parecidos com a Terra do que os gigantes gasosos (como Júpiter) que constituem o grosso dos 227 planetas extra-solares até hoje descobertos. "Mas um deles está demasiado próximo da estrela e é muito quente e o outro está demasiado longe e é muito frio", conta o jovem astrofísico francês.O Gliese 581c está à distância ideal e por isso tem a temperatura ideal. Com cinco vezes a massa da Terra (o seu raio é 1,5 vezes o da Terra), é provavelmente rochoso e pode ter oceanos. A sua órbita em torno da estrela dura 13 dias. É um achado."Neste momento não dispomos de instrumentos para ver directamente estes planetas fora do sistema solar", explica Xavier Bonfils. "Vamos ter de esperar pelos telescópios espaciais previstos para a próxima década, para passar a essa fase."Até lá, sublinha o investigador, "há todo este trabalho de encontrar potenciais Terras para futura observação directa". A primeira já está.
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