No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

«Crise profunda no ensino privado»

2007/04/13 , Portugal Diário

Fenprof denuncia existência de professores com salários em atraso em universidades privadas. Degradação dos planos curriculares, precaridade do corpo docente e inexistência de investigação está a generalizar-se

UnI pode ser apenas um caso entre muitos. Segundo a Federação Nacional de Professores (Fenprof), o ensino superior privado atravessa uma crise profunda, que afecta não só os planos curriculares, como a própria coerência do quadro docente, nem sempre muito especializado e sem receber a tempo e horas. Registam-se, aliás, vários casos de salários em atraso em várias instituições.
«Posso falar na Internacional, na Moderna, na Lusófona, no Piaget, onde há professores com salários em atraso ou ordenado zero. Assiste-se a um crise profunda no ensino superior privado», contou ao PortugalDiário Mário Carvalho, responsável pelo gabinete do Ensino Superior da Fenprof e um estudioso profundo da matéria.
Esta denúncia surge no dia em que o jornal «Semanário Económico» faz manchete com o caso das Universidades Internacional e Moderna, de Setúbal, onde haverá professores com salários em atraso. «Esses casos são conhecidos há muito tempo e registam-se também em outras instituições. Conheço gente que fica muito contente por receber nove meses, quando lhe tinham prometido catorze. Como as pessoas precisam do emprego acabam por não denunciar estas situações», adiantou, lembrando o caso da Moderna, que está «falida tecnicamente».
Mário Carvalho executa, então, um exercício de análise mais aprofundado, questionando o próprio estatuto das «ditas» universidades, dado que «não existe investigação». «Numa análise aos doze centros de investigação com financiamento plurianual a Católica tem predominância», analisou, considerando que se o ministro Mariano Gago teve «esta posição em relação à Independente [ndr: encerramento compulsivo], outras universidades deveriam fechar».
A precaridade de condições do corpo docente, a «falta de doutorados no ensino superior privado, do qual a Internacional é um caso paradigmático» alimenta a falência deste sector do ensino em Portugal. «A avaliação está feita e só não se faz nada devido às consequências políticas», frisa Mário de Carvalho.

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