No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

"Alunos sabem bem do que precisam"

26 de Fevereiro de 2007, Diário de Notícias

Automação e Instrumentação Industrial. O título dificilmente pareceria menos apetecível para quem, cheio de sonhos e ambições, procura a formação que lhe trace um rumo para toda a vida. Mas, da lista de cursos de especialização tecnológica (CET) que a Escola Superior de Tecnologia, do Instituto Politécnico de Setúbal, vai disponibilizar já a partir de Março, este foi de longe o mais concorrido. A explicação está na experiência dos candidatos, que pouco têm em comum com os estudantes tradicionais."Muitos destes alunos dos CET já estão nas empresas e têm uma noção da empregabilidade", explica João Francisco Fernandes, director da escola . "Sabem bem do que precisam, ao contrário de alguns jovens que estão ainda à procura de uma via e que podem achar este curso menos atractivo."Na sua "versão de licenciatura", o curso em causa é pouco popular. Mas as saídas profissionais são garantidas: "As empresas estão sempre a perguntar-nos quando saem mais. Muitas vezes, eles vão para os estágios e ficam lá a trabalhar, nem acabam a licenciatura", conta. No extremo oposto, a Qualidade Ambiental, um nome bem mais sexy para os menos informados, é uma das formações CET que a escola está "a ter dificuldades para viabilizar" - são precisos pelo menos 15 alunos. A se- gunda fase de candidaturas terminou na última sexta-feira, dia 23.Ainda assim, garante João Francisco Fernandes, "todos" os cursos oferecidos, da Gestão de Oficinas Automóveis às Tecnologias de Programação de Sistemas de Informação, cumprem a finalidade que motivou a introdução destas ofertas educativas pelo Ministério da Ciência e Ensino Superior: são passaportes para o emprego."Temos um estudo sobre as necessidades de formação em Setúbal e seguimos esse estudo. São necessidades confirmadas. Se bem que estamos integrados na região de Lisboa e Vale do Tejo, pelo que a esfera de oferta é até bastante superior."Prioridade aos nocturnosOs indicadores não influenciaram apenas a escolha das ofertas. A própria organização dos cursos foi adaptada ao público-alvo: "Os nossos números o que nos dizem é que 55% dos candidatos são trabalhadores-estudantes, que procuram uma qualificação, de preferência em cursos nocturnos, daí a nossa inflexão da oferta nesse sentido. Dois terços dos cursos vão funcionar nesse regime."Para se adaptarem à disponibilidade destes alunos, os cursos nocturnos poderão demorar até dois anos a concluir - o dobro dos diurnos. Porém, parte significativa da formação, cerca de 600 horas, é dedicada ao estágio profissional, que até pode ser realizado na própria empresa em que se trabalha.Com cerca de 840 horas de aulas, bastante menos do que nas licenciaturas , os cursos vão incidir sobretudo "no trabalho orientado", numa lógica de "típica avaliação contínua". Porém, garante o director da escola, a exigência "será a mesma" das licenciaturas. Prova disso é o facto de se ter "optado por turmas curtas, com o máximo de 20 alunos, para garantir o acompanhamento dos alunos". Ainda assim, diz, graças a essa "atenção permanente do docente" e ao carácter "muito prático" da formação, "há potencial para um sucesso relativamente elevado".O principal senão é que, para já, a escola não está a aceitar candidatos sem o secundário completo, por "falta de meios para lhes dar a formação complementar exigida".

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