"Uma avaliação de causas de morte por doenças, como os tumores, a Sida, ou as cardiovasculares, deve ser feita num intervalo de pelo menos uma década, em menos tempo as descidas ou subidas podem apenas representar pequenas variações", afirmou Constantino Sakellarides, presidente do Conselho Científico da Escola Nacional de Saúde Pública.Em relação aos últimos dados do INE (de 2005), de óbitos relacionados com diversas doenças, quando comparados com os últimos quatro anos, o professor referiu que se verifica a tendência e as expectativas previstas.Isto é, "de uma forma geral as doenças cardiovasculares tendem a diminuir, enquanto que os tumores sobem lentamente"."Quanto aos tumores é preciso não esquecer que têm vários efeitos cumulativos. Por exemplo o cancro do pulmão, as pessoas estão a deixar de fumar, mas fumaram durante anos", sublinhou Constantino Sakellarides. Por outro lado, com "os diagnósticos precoces é possível diagnosticar mais casos, mas nem todos são curáveis" e, acrescentou, "é preciso ter atenção à estrutura etária. Há alguns anos estes óbitos eram em populações mais jovens, agora são doentes mais idosos".A tendência para a descida das doenças cardiovasculares prende-se com o facto "das pessoas estarem mais atentas aos riscos".O especialista sublinhou ainda que "apesar da grande intervenção no combate à sida a taxa de mortalidade é quase uma constante na última década. A tuberculose e as hepatites pioraram com o VIH", concluiu.