No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Insucesso no Secundário aumentou com os exames

Quinta-feira, 1 de Fevereiro de 2007 – JORNAL DE NOTÍCIAS


O número de alunos que não concluíram o 12.º ano por reprovação ou desistência aumentou quase 20%, entre 1994 e 2004, devido à introdução dos exames nacionais do 12.º ano. Este dado consta do relatório "30 Anos de Estatística da Educação", apresentado, ontem, em Lisboa. Na ocasião, a ministra da Educação salientou a necessidade de intervir ao nível dos currículos e manter a avaliação externa.De acordo com o documento, a taxa de retenção e abandono no 12.º ano passou de 29,6% para 49,4%. O aumento verifica-se, sobretudo, a partir do ano lectivo de 1995/96, altura em que foram introduzidos, pela primeira vez, exames nacionais obrigatórios para a conclusão do Ensino Secundário e ingresso no Superior.No ano seguinte, o número de chumbos aumentou mais de 11%, estabilizando, a partir daí, em valores próximos dos 50%. Na prática, metade dos alunos não consegue concluir o 12.º ano.Durante a sessão de apresentação do relatório, o sociólogo Rui Santos referiu que "o Secundário ressentiu-se com uma quebra drástica da taxa de conclusão por causa do efeito das retenções provocadas pela introdução de exames no 12.º ano".Presente também na sessão, a ministra da Educação afirmou não ter dúvidas do efeito das provas nas estatísticas do Ensino Secundário, mas considerou, contudo, que "a medida de política a tomar não é suspender os exames, mas intervir a nível dos currículos"."Pergunto o que se fez nos últimos dez anos, desde que há exames, para melhorar os resultados e não vejo aí medidas de política activa. O caminho é intervir ao nível dos currículos, uma vez que os exames são instrumentos essenciais de avaliação externa", adiantou Maria de Lurdes Rodrigues.Se se considerar todo o Ensino Secundário, a taxa de retenção e desistência passou de 21,3% para 32,1% durante o período analisado. Quanto ao Ensino Básico, o mesmo indicador caiu no primeiro ciclo, passando de 13,1% para 11,8%, tendência contrária à verificada no segundo e terceiro ciclos, nos quais se registaram ligeiros aumentos, de 0,9% e 3,1%, respectivamente. As escolas públicas apresentam taxas de retenção e desistência superiores às registadas nas privadas em todos os ciclos de ensino, chegando mesmo a duplicar no caso do Ensino Básico (12,5% no público contra 5,5% no privado). 49,4% dos alunos do 12.º ano reprovaram ou abandonaram o 12.º ano, em 2004, ou seja, mais 20% do que no ano de 1994. Em todo o Ensino Secundário, a taxa de retenção e desistência passou de 21,3% para 32,1 % no mesmo período de 10 anos.

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