No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

“É a tecnologia do século XXII”

23 de Abril de 2007, Primeiro de Janeiro

Um completo fascínio”, “isto é o futuro” ou “é a tecnologia do século XXII” são só algumas das frases que Ilda Coelho, professora do primeiro ciclo do Ensino Básico na EB1 de Abrunhosa-a-Velha, uma pequenina localidade perdida entre veredas de mágica paisagem do concelho de Mangualde, classificou a sua experiência com o quadro interactivo colocado na sala de aula onde diariamente ensina a 11 crianças as matérias relativas aos dois primeiros anos de escolaridade. A escola é pequena (tem apenas duas salas de aula), e o espaço que divide com os seus alunos não é dos mais modernos. O chão de madeira não foi encerado, e pelas janelas altas não entra muita luz, mas a contrastar com este cenário, comum nas escolas seculares dos meios pequenos, está pregado na parede um quadro interactivo.À entrada de O PRIMEIRO DE JANEIRO na sala de aula, os alunos, invulgarmente sossegados para a idade, olham com atenção os visitantes, perscrutando, nos seus gestos e palavras, o que pretendem de tão longínqua paragem. Não respondem ao “olá”, mas mantêm nos olhos as inúmeras perguntas que não fazem. A professora, essa deixa-se tomar de imediato pelo mesmo entusiasmo que lhe causou, segundo conta, o primeiro contacto com o quadro. “Senti um completo fascínio, e ainda não explorei todas as potencialidades do quadro, que é a tecnologia do século XXII”, avança Ilda Coelho. Garante que, “assim que se experimenta, não se quer outra coisa”, e diz mesmo que, se tiver de mudar para uma escola que não esteja dotada daquele equipamento, compra um às suas custas.Elogiando o “trabalho corporativo” e a “troca de experiências” entre docentes, Ilda assevera que o quadro “ajudou imenso à aprendizagem”, porque “permite preparar as aulas de forma diferente, e muito mais interessante”. A mesma coisa refere Ana Maria Amaral, professora da Escola Secundária Felismina Alcântara, no centro de Mangualde, para quem o novo equipamento só traz vantagens: vencida a natural resistência inicial, diz que o uso do quadro interactivo permitiu facilitar a preparação das aulas – “Trago a aula toda numa pen” – e mais interessante a transmissão da matéria. Professora há 14 anos, nota que neste, desde que lida com os quadros, “a participação e o interesse são muito maiores”, embora seja “prematuro” analisar o impacto nos resultados: “Os alunos são todos diferentes”, vinca.No final de uma aula de Língua Portuguesa do 11º A dedicada à análise da obra de Almeida Garrett «Frei Luís de Sousa», um aluno disse ao JANEIRO que estudar as obras literárias “poderia ser monótono”, mas com este método “até é interessante”. Para Jorge Lopes é notório que os alunos “ficam mais atentos e concentrados” e “assimilam melhor a matéria”.

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