Ministro ataca quem se oponha a mais ciência em universidades
Sábado, 14 de Abril de 2007, Jornal de Notícias
Asessão de encerramento dos dois dias de Encontro com os Laboratórios Associados não ficou, ontem, pelos elogios à participação empenhada e à qualidade das intervenções. Ali compareceu, como orador convidado o presidente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), que levava mensagens para o auditório da Fundação Gulbenkian. Mensagens para serem ouvidas por Mariano Gago, que também enviou as suas, numa ocasião em que não era só o ministro da Ciência ou só o ministro do Ensino Superior, mas o governante com a tutela conjunta das duas áreas."Temos de combater com firmeza a emergência de neo-conservadores, que vêem como ameaça o crescimento da investigação científica nas universidades", apelou José Mariano Gago, perante cerca de 400 investigadores oriundos do Laboratórios Associados, 25 entidades onde é feita investigação definida como de interesse público pelo Estado. Antes, já o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior falara numa "balcanização da actividade científica" nas universidades "ainda em curso, e que tem de ser combatida". Na perspectiva do mesmo governante, esses "neo-conservadores nas universidades sentem os Laboratórios Associados como uma ameaça" e por isso lhes minimizarão a importância e o tempo de vida. Antes, tinha falado Seabra Santos, e Mariano Gago ressalvou-o da mira de ataque "Ora, o presidente do Conselho de Reitores veio aqui defender que a reforma das instituições universitárias devia assegurar maior poder às instituições científicas dentro das universidades". E isto para sintetizar que "as universidades precisam de profunda reforma e a ciência precisa das universidades".Seabra Santos já tinha falado e defendido essa aliança. Mas tinha também dito ser desejável que "dentro de dois anos o país se tenha dotado de um sistema de ensino superior" qualificado. E que, por enquanto, "há o risco de transformarmos as universidades em liceus superiores". Afirmou ainda o presidente do Conselho de Reitores que "não basta um país subir no "ranking internacional (da escolaridade); são precisos mais diplomados, mas sobretudo bons diplomados".Estas foram as mensagens de Seabra Santos, que se mostrou defensor de uma cooperação estreita entre universidades e laboratórios "É preciso que se fertilizem mutuamente e espero que continuemos a entrelaçar os nossos cromossomas".A imagem procurou ir ao encontro de uma assembleia de cientistas, que tinha uma larga predominância das ciências biológicas, apesar do leque amplo das áreas representadas neste Encontro de Laboratórios.Alexandre Quintanilha, secretário do Conselho dos Laboratórios Associados, defendeu a necessidade de reuniões desta natureza, mas com maior afinidade dos temas. Uma nota de queixa foi direita ao ministro os laboratórios "têm passado tempos um pouco difíceis no último ano", haverá que garantir regularidade maior do seu financiamento.
14.4.07
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Ensino Superior
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