Notas deviam ser 10% superiores face ao que é gasto nas escolas
O Banco de Portugal analisou as escolas secundárias portuguesas e chegou à conclusão que não são eficientes. Com o que se gasta nas escolas, "os resultados dos exames poderiam ser, em média, dez por cento superiores", diz um estudo publicado no boletim económico do Banco. A eficiência do sistema de ensino foi medida a partir de indicadores como volume de produção, resultados dos exames, rácio professor/aluno, ambiente externo e gestão. O nível de ineficiência das escolas secundárias seria "provavelmente maior" se, em vez de serem usados termos de comparação das escolas portuguesas mais eficientes, fossem incluídos também os padrões registados noutros países onde as escolas são mais eficientes. A análise indica também que a "qualidade" dos professores tem mais efeito na produtividade das escolas do que a sua "quantidade". Ou seja, a variação do número de professores por estudante é menos importante do que a variação das características dos docentes. A este propósito - e em total consonância com a linha actualmente seguida pelo Governo - o estudo conclui que se houvesse mais flexibilidade na colocação de de professores isso "permitiria libertar recursos, sem ter um efeito relevante (negativo) no desempenho das escolas". E apontam-se mesmo sugestões sobre como tal flexibilidade poderia ser rentabilizada. "Parte da redução dos encargos com remunerações conseguida por esta via poderia ser aplicada em despesas com material ou infraestruturas". Em análises feitas noutros países "há indícios", segundo o estudo, que os materiais disponíveis e as infraestruturas têm efeitos positivos na produção. Outra matéria - igualmente cara à ministra da Educação - sobre a qual os autores se debruçam, é a da concentração de recursos, versus pulverização. "Quanto à rede escolar, encontram-se indícios de economias de escala no ensino secundário, indicando potenciais ganhos na concentração de recursos". Por outro lado, a dimensão da escola também tem um efeito positivo no desempenho. Em causa está uma concepção de distribuição das escolas, que privilegia menos escolas, mas mais dotadas, contra outra que defende a presença de estabelecimentos de ensino em determinadas regiões, mesmo que o volume de alunos não potencie economias de escala. Curioso é concluir que o nível de empenho dos professores não varia em função da idade. E se a saúde não é uma variável a considerar, já as condições socio-económicas dos alunos interferem nos resultados.
18.4.07
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