Os contribuintes portugueses estão a pagar mais para universidades americanas com as quais o país estabeleceu parcerias do que para as instituições de Ensino Superior nacionais. Segundo o JN apurou junto da Universidade de Lisboa, o reitor António Nóvoa fará hoje, durante a cerimónia de abertura do ano académico, um discurso particularmente duro no que diz respeito às políticas do Governo.António Nóvoa deverá igualmente anunciar formalmente o estabelecimento de um consórcio entre a Universidade e o Instituto Politécnico de Lisboa.A fusão propriamente dita só não avança no papel porque a lei não o permite. A cooperação será intensa e a circulação de estudantes ficará muito agilizada. Outra novidade é a intenção de proceder a uma revolução nas estruturas de investigação e pós-graduação, fundindo-as. O intuito é criar um grande instituto de nível europeu que tenha as duas valências.

O reitor deverá ainda lembrar que o Governo está atrasado na revisão de duas matérias fundamentais para as universidades lei do financiamento e estatuto da carreira docente. António Nóvoa não deixará de referir a asfixia financeira em que vivem muitas universidades, facto agravado pelo Orçamento de Estado para 2008. Nesse quadro, Nóvoa deverá insistir muito na comparação directa entre as transferências financeiras para muitas das universidades portuguesas e para algumas instituições americanas (MIT, UT Austin, entre outras). A Universidade de Lisboa deverá ter sido das primeiras a concluir a eleição da assembleia constituinte que elaborará os novos estatutos da instituição. Ao contrário do que chegou a ser veiculado nalguns meios, a Universidade de Lisboa não exclui a hipótese de se transformar, total ou parcialmente, em fundação. Trata-se de um aspecto que ficará em aberto até à conclusão dos estatutos, algo que deverá acontecer até ao final do primeiro trimestre de 2008. "Massa Crítica" é outra novidade. Trata-se de um anuário com o qual a universidade pretende prestar contas à sociedade da sua actividade.