Alunos vandalizam salas em apoio a funcionário
17 de Novembro de 2007, Jornal Notícias
Um grupo de alunos da Escola EB 2,3 Leonardo Coimbra (Filho), no Porto, vandalizou, ontem de manhã, algumas salas de aula, partindo vidros e virando mesas e cadeiras. Os incidentes ocorreram durante uma manifestação de apoio ao funcionário que, em Março passado, foi alvo de um processo disciplinar, depois de ter andado, dentro da escola, com um machado durante uma discussão. Pode, agora, ser demitido.O ambiente que se gerou, ontem, no interior daquele estabelecimento de ensino levou à presença da PSP e motivou a suspensão das aulas. A responsável pela Direcção Regional de Educação do Norte (DREN, Margarida Moreira, "desculpou", em declarações à Lusa, os incidentes com "o momento complexo" que se vive na escola.A manifestação, que começou a ser preparada, anteontem, via SMS, mereceu das autoridades uma atenção redobrada e, logo às 8 horas, já diversos agentes da PSP se encontravam no exteiror do estabelecimento de ensino.Não conseguiram, no entanto, evitar o pandemónio que se terá gerado no interior. Nas palavras de um aluno, "foi tudo pelos ares mesas, cadeiras e até caixotes do lixo. Depois partiram alguns vidros [cerca de uma dezena]". O grupo de alunos manifestou-se, depois, na rua, reclamando o regresso do funcionário. "Senhor Mário para sempre, de volta novamente", gritaram.Em declarações à agência Lusa, Margarida Moreira, responsável pela DREN confirmou o incidente e atribuiu-o ao momento "complexo" que a escola atravessa. "A visibilidade dada ao caso de um funcionário [afastado por actos violentos e entretanto regressado ao serviço] provocou alguma perturbação e a criação de facções. Mas foi tudo controlado", disse. A responsável da DREN referiu, ainda, que o Conselho Executivo em exercício reuniu, ontem, com responsáveis da Inspecção-Geral da Educação. "A escola não é palco para se tomar posições e nada do que possa ser feito alterará o desfecho do processo disciplinar", acrescentou.Também alguns pais desculparam o acto do funcionário. Margarida da Conceição, mãe de um aluno, indignou-se contra o que chama "um acto de injustiça" e argumenta "Fartou-se de humilhações e reagiu. Mas nunca quis fazer mal a ninguém. Não concordo com que os alunos fizeram hoje na escola, mas pela verdade vou até ao fim", afirmou."Ele passou meses a ser gozado. Colegas do funcionário, que está na escola há 18 anos, troçavam por ele não ter os dedos da mão direita", referiu Mimosa Brandão, mãe de três alunos.
Queixas e processosTerão chegado à DREN diversas cartas queixando-se do comportamento do Conselho Executivo da EB 2,3 Leonardo Coimbra (Filho), em especial no que diz respeito à contratação de um funcionário para o polidesportivo da escola. "E haverá, no mínimo, mais cinco processo disciplinares, conexos com este processo e levantados ao mesmo tempo, mas de que nunca mais se falou", revelou, ao JN, fonte ligada ao processo. De acordo com a mesma fonte, existirá um abaixo-assinado a correr, entre professores e alunos, em defesa do auxiliar dos serviços gerais. "O único processo-crime que existe no Departamento de Investigação e Acção Penal tem o funcionário como participante", acrescentou a mesma fonte. O JN tentou, ontem, sem conseguir, contactar com o Conselho Executivo, que "caiu" na sequência deste caso. A escola e o agrupamento a que preside, que inclui escolas do Aleixo, Pasteleira e Condominhas, mantém-se, porém, em gestão corrente. Depois de amanhã, a Associação de Pais irá reunir-se, de manhã, com a responsável da DREN e ,ao fim da tarde, na escola, com o Conselho Executivo.
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