Caloiro de Medicina foi o melhor aluno do Secundário
29 de Novembro de 2007, Jornal de Notícias
Ricardo não corresponde ao estereotipo do estudante brilhante e desastrado. A cabou o 12.º ano com média de 19,8 valores - teve 20 a tudo, excepto Educação Física - e ainda lhe sobrava tempo para estudar Inglês, ir ao ginásio, praticar danças de salão, karaté e natação. Ganhou o Prémio Professor Doutor José Pinto Peixoto por ter sido a melhor média de conclusão do Secundário, no ano passado.Agora que entrou para Medicina, no Porto, a vida de Ricardo Jorge Soares dos Reis mudou bastante. "Dei mais matéria nestes dois meses do que no resto da minha vida. É quase tudo novidade", confessa este estudante de 18 anos, natural de Viana do Castelo. Mas, longe de se queixar, está muito satisfeito com o nível de exigência que o obriga a pesquisar diariamente para acompanhar a densidade das aulas.Filho e neto de médicos, a Medicina não foi uma escolha por obrigação familiar. "É um curso que abre muitas possibilidades pode exercer-se Medicina ou seguir a investigação, além de integrar conhecimentos de várias áreas. Agrada-me essa perspectiva geral, quase renascentista, que a formação em Medicina permite", explica.Esta abrangência no olhar a Ciência encontrou-a no patrono do prémio - José Pinto Peixoto -, figura que desconhecia até se ter candidatado, mas com quem se identificou. Pioneiro nas Ciências Geofísicas, Pinto Peixoto, natural de Miuzelas (Almeida), interessou-se por diversas áreas, dividindo a sua actividade entre a investigação e a docência.Ricardo também está dividido. Ainda não sabe se quer exercer Medicina ou seguir a investigação. Mas, para já, é cedo. Tem pela frente todo o curso para decidir o que quer exercer e se fica em Portugal ou ruma ao estrangeiro. Até porque não é dado a precipitações. Gosta de ponderar as opções e tomar decisões fundamentadas. Exemplo disso é o destino a dar ao valor do prémio (mil euros). Como ainda não sabe o que fazer, vai aguardar até ter uma boa ideia.Ainda em fase de adaptação à vida no Porto, Ricardo não teve tempo para explorar a cidade e as fontes de diversão, embora, à partida, não se deixe seduzir pelas actividades habituais dos caloiros. Não gosta de discotecas. Prefere a leitura e o cinema. Quanto ao prémio, Ricardo relativiza-o. "Fui o melhor entre os candidatos. Não quer dizer que não haja outros melhores a nível nacional." Talvez. Mas não serão muitos.
29.11.07
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