Professores criticam fim do exame de Filosofia
15 de Novembro de 2007, Jornal de Notícias
Os professores de Filosofia afirmam que os alunos deixaram de optar pela disciplina no 12.º ano, porque o exame obrigatório acabou, mas o Ministério da Educação assegura que o peso curricular desta disciplina nunca foi tão grande como agora. Segundo João Carlos Lopes, da direcção da Associação de Professores de Filosofia (APF), o fim do exame nacional - decidido pelo Ministério da Educação em 2005 e aplicado este ano, pela primeira vez - conduziu ao "desaparecimento" da disciplina no 12.º ano, porque os alunos deixaram de a escolher."Com o fim do exame de Filosofia, deixou praticamente de haver essa disciplina no 12.º ano. No ano passado, fizemos um inquérito às escolas para ver se estava a ser leccionada. Das 40 escolas de todo o país que responderam, em nenhuma estava a funcionar a disciplina, apesar de haver programa, porque agora é opcional", afirmou, a propósito do Dia Internacional da Filosofia, que hoje se assinala. O secretário de Estado da Educação , contrapõe, assegurando que "qualquer ideia de que há diminuição do espaço da Filosofia é completamente falsa". Valter Lemos salientou, em declarações à Lusa, que, "pela primeira vez", um aluno do Secundário tem oportunidade de ter a disciplina de Filosofia durante três anos, mantendo-se os dois obrigatórios. "A disciplina era obrigatória nos 11.º e 12.º anos. Com a nova reforma, passou a ser obrigatória nos 10.º e 11.º. Manteve-se a disciplina nesses anos obrigatória e acrescentou-se no 12.º como opcional", recordou, sublinhando "Acrescentámos tempo à Filosofia, não retirámos". "Para concluir o Ensino Secundário não existe exame de Filosofia, como não existe de Biologia, Química, História ou Física", lembrou, afirmando que a opção de acabar com o exame é "discutível", mas que isso não pode confundir-se com o peso da filosofia nos currículos dos alunos. O responsável da APF reconhece que há "decisões políticas que não têm que ver com benefícios ou malefícios de filosofar" e considera que "a filosofia não corre o risco de desaparecer, pois é uma disciplina obrigatória". "Não achamos que tenha sido correcta a decisão, mas foi tomada."
15.11.07
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Professores - geral
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