Provas de aferição relançam debate da nova terminologia
9 de Novembro de 2007, Jornal de Notícias
Os resultados das provas de aferição realizadas em Maio pelos alunos dos 4º e 6º anos voltaram a chamar a atenção para a discussão em torno nova Terminologia Linguística para os Ensino Básico e Secundário (TLEBS). As conclusões relativas ao "conhecimento explícito" da Língua Portuguesa (Gramática) demonstrado pelos alunos do 6º ano (só 11% responderam correctamente), recolocaram na agenda a discussão a TLEBS, em discussão pública até 31 de Dezembro.As explicações apontadas para piores resultados na Gramática pelos alunos do 6º ano, quando comparados com os do 4º, são várias, entre elas "a anarquia da terminologia que existe há 30 anos", como refere o presidente da Associação de Professores de Português (APP), Paulo Feytor Pinto. Naturalmente que "do 1º para o 2º ciclo aumenta a quantidade e a complexidade da matéria, mas é também possível encontrar numa mesma turma, do 2º ciclo, vários alunos a utilizarem terminologias diferentes, porque foi assim que lhes foi ensinado", referiu o presidente da APP, associação que sempre se mostrou favorável à aplicação da TLEBS.Recorde-se que a experiência pedagógica da nova TLEBS foi suspensa em Fevereiro por decisão ministerial e após contestação de pais e professores. "Protestaram e conseguiram a sua suspensão, no entanto o documento está para discussão pública há cerca de mês e meio, e até 31 de Dezembro e caiu no esquecimento", sublinhou Paulo Feytor Pinto, temendo que "a 1 de Janeiro, recomecem as críticas" e tudo se mantenha. Álvaro Gomes, professor de português aposentado e autor de uma gramática tem uma opinião diferente. Salientando que não é contra a terminologia apresentada, porque foi feita com bases científicas que não são discutíveis, diz-se "contra que esta seja trabalhada directamente com as crianças e jovens, quando é bastante elaborada e deve ser introduzida de uma forma gradual".Este metodólogo, que assumiu não ter participado na discussão pública do documento da TLEBS, nem estar interessado em fazê-lo, diz que a sua "contribuição" é a gramática que escreveu em 1977, onde está esquematizada "a terminologia sem necessidade de recorrer a palavrões. As explicações elaboradas são feitas em nota para professores e pais". A nova terminologia gramatical, foi aprovada em 2004, substituindo a nomenclatura em vigor desde 1967. Este ano o seu ensino foi generalizado, após revisão do documento de 2004, antes da suspensão aos 3º, 5º e 7º anos, com a ideia de abranger todo o ensino em 2009.
Substantivos
O substantivo era concreto ou abstracto e designava-se o número e o género. Com a revisão do TLEBS esta designação desaparece e é alterada para nome.
Advérbios
Os advérbios dividiam-se por advérbios de lugar, de modo, de tempo, de negação, de afirmação e de dúvida. A nova terminologia mantém a classe dos advérbios, mas abrange ainda os de predicado, frase, negação, afirmação, quantidade e grau, inclusão, exclusão e conectivos.
Sintaxe
O que se acrescentava a um sujeito de uma frase, entre vírgulas, (Cavaco Silva, presidente da República, vai ...) era designado por "aposto". Com as alterações propostas essa designação desaparece dando lugar à designação "modificador do nome apositivo".
Frases
Na TLEBS não é feita, ao contrário do que se utilizava até agora, uma distinção entre frase e oração. Na nova terminologia são referidas frases simples e complexas.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário