No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Centenas de pré-fabricados dão nova vida às escolas

4 de Novembro de 2007, Jornal de Notícias

A maioria proporciona um ambiente acolhedor, apropriado ao estudo, com ar condicionado e mobiliário novo. As salas amovíveis - mais conhecidas por "contentores" devido à sua semelhança - foram a solução encontrada pelos municípios para instituir a escola a tempo inteiro nos estabelecimentos de ensino do 1.º ciclo, da sua competência. Calcula-se que sejam já muitas centenas espalhadas pelo país. Autarcas e pais estão satisfeitos com a solução, que querem provisória, já que esperam pelo cumprimento da promessa de fundos comunitários para construções de raíz.António José Ganhão, vice-presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, não tem dúvidas "O 1.º ciclo é o parente pobre do sistema de ensino no que toca a instalações". Escolas sem instalações adequadas e muitas - principalmente nos centros urbanos - desajustadas face à dimensão da população escolar não permitiram a instituição da escola a tempo inteiro. Sem mais salas de aula, muitos estabelecimentos de ensino não podem adoptar o regime de horário normal (das 9 às 15 horas) e prolongamento atè às 17.30 horas com actividades de enriquecimento curricular.A solução transitória encontrada pelos municípios foi a aquisição ou aluguer de salas amovíveis pré-fabricadas. Instalados nos recreios das escolas, os pavilhões roubaram espaço para as brincadeiras, mas, em compensação, conseguiram albergar as crianças desde as 9 às 17.30 horas, dando resposta às necessidades das famílias.Nogueira dos Santos, vereador da Câmara Municipal da Maia responsável pelo pelouro da Educação, disse ao JN que as salas amovíveis foram a única solução possível para instituir a escola a tempo inteiro. "Quando o Ministério da Educação decidiu, no ano passado, alargar o tempo escolar tínhamos 75% das salas de aula a funcionar em regime de desdobramento. Este ano, já são 57% as que estão em regime normal", referiu. A edilidade vai construir, este ano, três novas escolas de raíz (das sete previstas na carta educativa), para além das obras de ampliação em 18."Queremos que as salas amovíveis sejam utilizadas durante poucos anos e que nos sejam atribuídos os fundos comunitários para as construções necessárias", defendeu.António José Ganhão espera que o acesso aos fundos comunitários seja uma realidade. "Em 1984 foram prometidos, mas o dinheiro acabou por ser desviado para os outros níveis de ensino", recordou.Por seu turno, Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) vê a instalação dos pré-fabricados como "a solução menos má e, muitas vezes, oferecendo mais comodidade do que muitas salas de aula". Contudo, defende que sejam uma solução transitória e e que as escolas com mais pavilhões tenham prioridade na obtenção de soluções definitivas.
Todos na escola em Currais
"E pá, que fixe, tá quase pronta. É para aqui que vimos ter aulas". Felizes com a nova sala, os miúdos do 1.º ano da Escola Básica de Currais, em Vermoim, na Maia, assistiam à colocação das mesas e cadeiras novinhas em folha. Graças às três novas salas amovíveis, os cerca de 250 alunos daquele estabelecimento de ensino vão passar, todos, a cumprir o horário normal das 9 às 17.15 horas. "Sem estas novas salas, algumas turmas tinham de funcionar em regime de horário duplo", disse Rosa Duarte, coordenadora escolar. Com todas as crianças na escola ao mesmo tempo, algumas complicações irão surgir, como, por exemplo, albergar os cerca de 250 alunos enquanto aguardam o almoço na cantina escolar, ou mesmo quando estiver a chover, durante os intervalos. Para isso, recorrerão ao pavilhão que tem servido como espaço para o ATL, mantido pela associação de pais. O espaço de recreio - em terra batida - ficou mais reduzido com a instalação dos novos pavilhões. O receio de que a chuva obrigue a "banhos" à entrada e saída dos pré-fabricados parece ter solução à vista, com a promessa de instalação de um telheiro e um passadiço em madeira.

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