No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Dilatação do tempo medida com precisão

13.11.07, Diário de Notícias

A dilatação do tempo, um dos aspectos abrangidos pela teoria da relatividade, é um dos fenómenos mais fascinantes tanto para os cientistas como para a própria ciência. Por esta razão, um grupo de cientistas, britânicos e alemães, desenvolveu um estudo em que, através da utilização de relógios atómicos ópticos, é possível calcular com uma precisão nunca antes vista a dilatação do tempo. Este estudo, que foi publicado no domingo pela revista Nature, vem confirmar a teoria desenvolvida por Albert Einstein, no princípio do século XX.Para medir a dilatação do tempo, os cientistas usavam, até agora, o sistema de posicionamento global, mais conhecido por GPS, através de satélite. No entanto, este estudo considera que o sistema de GPS poderá vir a ser ultrapassado, uma vez que os relógios atómicos ópticos mostraram ser mais eficazes que o antecessor. Aliás, o relógio atómico é sem dúvida o relógio mais preciso de todos, uma vez que mede o tempo em 16 dígitos, ultrapassando em muito os relógios convencionais, com apenas seis dígitos, e os cronómetros com nove dígitos. Pela sua precisão, este é o auxiliar ideal para comprovar a teoria desenvolvida por Einstein, que considera que a gravidade e o movimento influenciam o tempo.
Dilatação do tempo
Mas o que é exactamente o fenómeno da dilatação do tempo? Previsto na teoria da relatividade, este fenómeno prende-se com o facto de objectos ou mesmo pessoas sofrerem o efeito da dilatação do tempo de acordo com a velocidade a que estão sujeitos. Assim, o tempo para um objecto ou um indivíduo que esteja dentro de um outro objecto, que se desloque a alta velocidade, passa mais lentamente do que se estivesse num objecto que se desloque a uma velocidade mais baixa.Uma das experiências mentais mais conhecidas é o "paradoxo dos gémeos", em que se um dos gémeos viajar no espaço, onde se atingem velocidades muito altas, quando regressar à terra estará mais jovem que o irmão, em tudo idêntico a si. Assim, para um astronauta que viaje a 98% da velocidade da luz, cada ano percorrido irá equivaler a cinco anos na Terra. Se essa viagem no espaço demorar 20 anos, o astronauta irá envelhecer apenas quatro anos na realidade.Para provar esta teoria, o grupo de investigadores, liderados por Sasha Reinhardt, do Instituto Max Planck, na Alemanha, utilizou dois átomos, em que um atingiu 6,3% e o outro 3% da velocidade da luz. A partir daqui, os cientistas conseguiram identificar a idade dos átomos com uma precisão nunca antes vista. Para isso usaram uma técnica pioneira que se baseia na utilização de um laser. Esta foi desenvolvida pelo alemão Theodor Hänsch, que também faz parte da equipa de investigação, e que ganhou, em 1995, o Prémio Nobel da Física.
Teoria da relatividade
Foi Einstein o primeiro a prever este fenómeno da dilatação do tempo. Na teoria que desenvolveu sobre a relatividade, entre 1905 e 1916, a medição do espaço e do tempo é relativa e não absoluta, uma vez que o espaço e o tempo dependem directamente do estado de movimento do observador: quanto mais rápido se deslocar um objecto, mais lentamente passa o tempo para a pessoa ou objecto que esteja dentro do mesmo.Esta teoria pretendia inicialmente explicar as lacunas no conceito de movimento relativo. Mas, com o desenvolvimento da investigação, tornou-se numa das teorias básicas mais importantes na história das ciências físicas. Esta serviu de base para que os físicos demonstrassem as unidades de matéria e energia, espaço e tempo, e a equivalência entre as forças de gravitação e os efeitos de aceleração de um sistema.Para Albert Einstein os corpos produzem em seu redor uma curvatura do espaço. Assim, quanto maior foi a massa do corpo maior será a sua curvatura. Como consequência, um outro objecto será atraído para esse grande corpo, não por causa da sua gravidade mas porque simplesmente segue o caminho, que, por ser curvo, o levará até esse destino.

0 comentários: