O Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior vai avançar, no próximo ano, através de decreto-lei, com um regime de estudos a tempo parcial. Os alunos poderão frequentar apenas algumas cadeiras ou fazer os cursos ao seu próprio ritmo, sem seren penalizados nem acarrateram consequências para a instituição no momento em que esta for avaliada ao nível dos rácios de sucesso escolar."O regime que vamos introduzir para estudantes a tempo parcial pode ajudar muito, embora o regime de trabalhador-estudante já contribua para esse fim. Não há razão para que não seja possível às pessoas frequentarem apenas algumas disciplinas no Ensino Superior, sem querer tirar o curso. Nas melhores escolas, estas situações são informais. Em muitos casos, precisamos de passar da informalidade para a formalidade para que as pessoas possam ter certificados por esses estudos", explica o ministro Mariano Gago.Em vez de concluírem o curso no tempo normal, os alunos que aderirem ao regime de tempo parcial poderão finalizar a licenciatura em muito mais tempo."Eu dei quase sempre aulas ao 1.º ano e, muitas vezes, a estudantes-trabalhadores nocturnos. As escolas têm de se adaptar a quem quer de facto estudar. Não são um grupo uniforme como acontecia há alguns anos", sublinha Mariano Gago.O ministro acredita que, no espaço de 10 anos, o primeiro ciclo do Ensino Superior (licenciatura) ou, alternativamente, uma formação de dois anos pós-Secundário passarão a ser uma espécie de escolaridade obrigatória.