No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Só um em 10 alunos do 6.º teve 100% a Gramática

07.11.07, Diário de Notícias

O relatório sobre as provas de aferição de 2006/07, enviado às escolas pelo Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) do Ministério da Educação, revela uma enorme quebra no desempenho dos alunos ao nível do conhecimento explícito da língua (Gramática) entre o 4.º ano e o 6.º ano. No grupo dos mais novos, uma clara maioria (64%) conseguiu responder correctamente a todas as questões relativas a esta competência específica, enquanto entre os segundos apenas 11% igualou o feito.Os dados, destinados à informação das escolas e dos professores, foram divulgados por um "blogue" dedicado a questões de educação, chegando a alimentar a ideia de que 89% dos estudantes do 6.º ano tinham falhado na gramática. Porém, o director do GAVE, Carlos Pinto Ferreira, assegurou ao DN que essa leitura é "completamente" errada."Nos indicadores, apenas se consideram as respostas imaculadas, sem qualquer falha. Era uma informação útil para os professores mas que não tem sentido vista de outra forma", explicou, acrescentando que "apesar de ainda não ter sido feito esse tratamento dos dados", o número de alunos com resultados positivos na gramática é "claramente superior aos 50%".Ainda Assim, o director do GAVE admitiu que "faltam apurar os motivos para a diferença entre o 4.º ano e o 6.º", lembrando que "está a ser preparado um relatório público sobre as provas de aferição". Contactado pelo DN, Paulo Feytor Pinto, da Associação de Professores de Português, admitiu que a quebra poderá ficar a dever-se a factores como o facto de a componente gramatical do 1.º ciclo ser de "muito menor quantidade e complexidade" e a existência de "muitos professores, no 2.º ciclo, sem formação linguística-literária de base".
Queda também na Geometria
Relativamente às outras competências avaliadas nas provas de aferição de Português, os resultados são muito mais homogéneos entre o 4.º e o 6.º anos. Ao nível da leitura, os primeiros chegam aos 63,2% de desempenho 100% correcto e os segundos aos 63,5%. Já em relação à expresssão escrita, só 32,6% dos estudantes mais novos passam incólumes, com o número a subir para os 34,7% entre os mais velhos.Nas provas de Matemática, as flutuações entre ciclos foram mais frequentes. A Geometria é a competência onde se verifica maior quebra, com 70,4% de respostas certas no 4.º ano e 41,1% no 6.º ano. Já nos números e cálculo a descida é de 64,6% para 40,1%. Os estudantes do 2.º ciclo mostram-se mais fortes na área da estatística e probabilidades, chegando aos 73,2% contra 59,9%, mas o 1.º ciclo volta a ter melhores resultados (70,55 para 66,9%9 na Álgebra e Funções.Cerca de 217 mil alunos, metade de cada ciclo, fizeram as provas de aferição em 2006/07.

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