Escolas difíceis identificadas fora dos centros urbanos
5 de Novembro de 2007, Jornal de Notícias
O Governo pretende triplicar, até final do ano lectivo, o número de escolas alvo do projecto Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP), garantiu ao JN, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos. A medida ainda não tem um número definitivo mas o objectivo do Ministério da Educação é o de "alargar a aplicação do projecto". Em Março, recorde-se, foram assinados os primeiros sete contratos das 36 escolas sinalizadas pelo Observatório de Segurança Escolar - 20 de Lisboa, 16 do Porto. E ainda que essas sejam as áreas metropolitanas onde estão identificadas as situações mais complicadas, o JN apurou, que a tutela quer alargar o projecto a outros distritos do país nesta segunda lista. No entanto, Lisboa e Porto continuarão a dominar o número de intervenções. O projecto, recuperado por Maria de Lurdes Rodrigues, em 2006, é a aposta da tutela para os "casos" mais complicados em termos de indisciplina, abandono e insucesso escolar, explicou ao JN o secretário de Estado.Os recursos humanos e financeiros das escolas seleccionadas são reforçados para que os estabelecimentos possam criar respostas excepcionais de combate à insegurança e insucesso escolar. A autonomia das escolas é reforçada mediante contrato-programa. O Executivo financia o reforço dos meios e as escolas apresentam um projecto plurianual, no qual se comprometem a criar as condições para a promoção do sucesso escolar dos alunos, através da diversificação das ofertas formativas, recurso a planos de recuperação ou percursos curriculares alternativos.De facto, a estratégia apresentada até agora pela maioria dos estabelecimentos tem insistido no pedido de mais recursos humanos, como animadores socioculturais e equipas dos Serviços de Psicologia e Orientação, programas de tutoria para acompanhamento do estudo, aposta na diversificação dos cursos profissionais, generalização dos cartões magnéticos e de circuitos de videovigilância e promoção de reuniões pós-laborais com os encarregados de educação.Até 2009 serão investidos 15 milhões de euros no projecto, que deverá ser desenvolvido até 2013 com um orçamento estimado de 100 milhões de euros.
Boa resposta mas tardia
João Grancho, presidente da Associação Nacional de Professores recebeu com alguma satisfação a notícia de multiplicação dos TEIP "É um bom sinal. Pena que tenha demorado tanto tempo". Para o responsável da "Linha SOS Professor", a medida deve-se ao aumento da indisciplina e violência escolares - Um problema que não classifica de "marginal" como a ministra da Educação. Sem dramatismos, insiste, "não sendo uma situação generalizada, há que olhar para a realidade de frente e apostar na prevenção". Ao JN, João Grancho criticou a insistência de Lurdes Rodrigues em sempre negar a crescente indisciplina nas escolas. E a medida, conclui, "é indicadora de que a tutela terá informações que a levam a negar o próprio discurso". "Mas pronto", comenta resignado, "quem vai ganhar são os alunos, pais e professores. Ou seja, o país. Só é pena que o ME tenha de ser empurrado para fazer as coisas".
5.11.07
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Etiquetas:
Educação - geral
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