Finalmente terá sido alcançada "uma base de entendimento" entre sindicatos do pessoal docente e o Ministério da Educação (ME) em torno do processo de avaliação. O ME aceita aplicar "soluções diferentes" a algumas escolas que alegam não possuir condições para fazer a avaliação até ao final do ano lectivo.Nestes casos pontuais, haverá um mecanismo que permitirá que "todos os professores" tenham sido avaliados relativamente ao biénio 2007-09. Incluindo os docentes contratados. Por isso, na conferência de Imprensa - que decorreu ontem à tarde, no final da reunião com a Fenprof -, o secretário de Estado Adjunto, Jorge Pedreira insistiu que "não se trata de um adiamento geral", mas de casos específicos.A equipa do ME apresentou na reunião de ontem "as possibilidades" que podem ser adoptadas, mas só hoje após o encontro com o Conselho de Escolas, deverão ser tornadas públicas.O governante assegurou ainda que "não haverá progressões nem renovações (de contratos) automáticas". Como aliás já não existem porque a direcção da escola tem de se pronunciar a favor dessa renovação, explicou.Se a avaliação não for feita até ao final do ano lectivo, como se garante que os efectivos ( do quadro) com direito a progredir na carreira, terão essa oportunidade? Pedreira não quis responder, mas disse que os interesses dos docentes seriam tidos em conta.O governante adiantou que o ME sabe que "uma boa parte das escolas" tem dificuldades em cumprir o calendário, pretendendo que os professores do quadro só fossem avaliados no próximo ano lectivo"."Mudança inesperada""Não há suspensão nem (período de) experimentação", frisou o secretário de Estado, para dar a ideia de não ter havido recuo por parte do Governo, apenas "uma mudança inesperada, mas positiva" sobre esta matéria. "O diálogo felizmente não estava esgotado", garantiu. Prova disso é a garantia dada pelo governante de que o actual modelo - plasmado no estatuto da carreira docente - será alterado no final do primeiro ciclo. Ou seja, em 2009.Sobre as formas alternativas de avaliação apresentadas pela Fenprof ao modelo vigente - de criação de uma comissão e de haver docentes sem carga lectiva para serem só avaliadores - Pedreira disse que o ME está disposto "a introduzir modificações no modelo", sem adiantar se serão estas. Antes desta abertura, o líder da Fenprof tinha dito, em Lisboa, manter disponibilidade para negociar, acrescentando porém ter dúvidas na capacidade "da actual equipa" da Educação para negociar, admitindo uma greve nas próximas semanas.