Básico chumba 115 mil alunos por ano
7,5% dos alunos do 2.º ano ficaram retidos em 2007
Mais de 115 mil alunos do ensino básico (10% dos 1,15 milhões de inscritos) chumbaram ou ficaram retidos no último ano lectivo, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação. Em dois anos, a partir de 2005/06, a escolaridade obrigatória recuperou aos chumbos mais de 10 mil alunos. Mas o insucesso a este nível continua a fazer de Portugal um caso peculiar na União Europeia. Muito devido às regras sobre retenções e transições.A grande maioria dos estados comunitários - salvo situações excepcionais, como doenças prolongadas - não contempla a possibilidade de chumbos ao longo do ensino obrigatório ou só os permite nos anos de final de ciclo. Em Portugal, o único ano de escolaridade isento de retenções é o primeiro, com reflexos evidentes nos números.Quase 20 mil alunos (19.460), entre os 499 mil que em 2006/07 frequentaram o 1.º ciclo do ensino básico, ficaram retidos. Em grande parte devido aos 7,5% de retenção no 2.º ano de escolaridade, correspondentes a perto de 7500 estudantes, a que se seguem os 4,5% do 4.º ano.Numa análise remontando a 1995/96, divulgada ontem pela tutela, os progressos no 1.º ciclo são, ainda assim, evidentes. Há pouco mais de uma década, a antiga primária chumbava 9,5% dos seus estudantes, sendo que o 2.º ano travava 15,9% dos alunos e o 4.º ano 14%. Mas a tendência não é tão notória no 2.º ciclo, em que as retenções e abandonos caíram de 13,1% para 10,3%. E no 3.º ciclo houve mesmo um ligeiro agravamento desde 1996, de 18,1% para 18,4%. Secundário dita melhoriasOs números do ensino secundário - que o Ministério já tinha divulgado em Outubro do ano passado -, acabam por dar contornos globais mais animadores a estas estatísticas. Somados aos ganhos do básico, os cerca de 13 500 chumbos a menos registados em 2006/7 permitem contabilizar 20 mil retenções e abandonos a menos num único ano lectivo.E entre 2005/6 e 2006/7, graças ao reforço da oferta de cursos profissionais - que no presente ano lectivo já abrangem cerca de 63 mil alunos, entre os mais de 282 mil que frequentam esse ciclo -, o secundário conseguiu, sozinho, 'resgatar' do insucesso e abandono mais de 30 mil estudantes. A taxa de retenção e desistência nesse nível - que em 1995/96 era de 33,3% e chegou a rondar os 40% - desceu em 2007 para os 24,6%, correspondentes a perto de 88 mil chumbos. Valores que, se complementados com uma quebra radical nas retenções do básico, permitiriam a Portugal aproximar-se a médio prazo dos índices da União Europeia, onde 71% dos jovens entre os 20 e os 34 anos tem pelo menos o secundário nas suas habilitações (Eurydce 2007) . O DN tentou ontem, sem sucesso, obter um depoimento do Ministério da Educação sobre os números que este divulgou. Em declarações à Lusa, Maria de Lurdes Rodrigues considerou "notável" a redução global de cerca de 20 mil chumbos no ano passado, mas admitiu serem "dramáticos" os 7,5% de retenções no 2.º ano, que atribuiu a "dificuldades de aprendizagem na leitura".
Mais de 115 mil alunos do ensino básico (10% dos 1,15 milhões de inscritos) chumbaram ou ficaram retidos no último ano lectivo, segundo dados divulgados pelo Ministério da Educação. Em dois anos, a partir de 2005/06, a escolaridade obrigatória recuperou aos chumbos mais de 10 mil alunos. Mas o insucesso a este nível continua a fazer de Portugal um caso peculiar na União Europeia. Muito devido às regras sobre retenções e transições.A grande maioria dos estados comunitários - salvo situações excepcionais, como doenças prolongadas - não contempla a possibilidade de chumbos ao longo do ensino obrigatório ou só os permite nos anos de final de ciclo. Em Portugal, o único ano de escolaridade isento de retenções é o primeiro, com reflexos evidentes nos números.Quase 20 mil alunos (19.460), entre os 499 mil que em 2006/07 frequentaram o 1.º ciclo do ensino básico, ficaram retidos. Em grande parte devido aos 7,5% de retenção no 2.º ano de escolaridade, correspondentes a perto de 7500 estudantes, a que se seguem os 4,5% do 4.º ano.Numa análise remontando a 1995/96, divulgada ontem pela tutela, os progressos no 1.º ciclo são, ainda assim, evidentes. Há pouco mais de uma década, a antiga primária chumbava 9,5% dos seus estudantes, sendo que o 2.º ano travava 15,9% dos alunos e o 4.º ano 14%. Mas a tendência não é tão notória no 2.º ciclo, em que as retenções e abandonos caíram de 13,1% para 10,3%. E no 3.º ciclo houve mesmo um ligeiro agravamento desde 1996, de 18,1% para 18,4%. Secundário dita melhoriasOs números do ensino secundário - que o Ministério já tinha divulgado em Outubro do ano passado -, acabam por dar contornos globais mais animadores a estas estatísticas. Somados aos ganhos do básico, os cerca de 13 500 chumbos a menos registados em 2006/7 permitem contabilizar 20 mil retenções e abandonos a menos num único ano lectivo.E entre 2005/6 e 2006/7, graças ao reforço da oferta de cursos profissionais - que no presente ano lectivo já abrangem cerca de 63 mil alunos, entre os mais de 282 mil que frequentam esse ciclo -, o secundário conseguiu, sozinho, 'resgatar' do insucesso e abandono mais de 30 mil estudantes. A taxa de retenção e desistência nesse nível - que em 1995/96 era de 33,3% e chegou a rondar os 40% - desceu em 2007 para os 24,6%, correspondentes a perto de 88 mil chumbos. Valores que, se complementados com uma quebra radical nas retenções do básico, permitiriam a Portugal aproximar-se a médio prazo dos índices da União Europeia, onde 71% dos jovens entre os 20 e os 34 anos tem pelo menos o secundário nas suas habilitações (Eurydce 2007) . O DN tentou ontem, sem sucesso, obter um depoimento do Ministério da Educação sobre os números que este divulgou. Em declarações à Lusa, Maria de Lurdes Rodrigues considerou "notável" a redução global de cerca de 20 mil chumbos no ano passado, mas admitiu serem "dramáticos" os 7,5% de retenções no 2.º ano, que atribuiu a "dificuldades de aprendizagem na leitura".
2.3.08
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Etiquetas:
Educação - geral
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