No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Indignação com visita da PSP a escolas

07.03.08, Diário de Notícias

A um dia da grande manifestação dos professores em Lisboa, a tensão subiu ontem com o conhecimento público de agentes da PSP que visitaram, pelo menos, uma escola do Porto e duas de Ourém no sentido de obter informações sobre a participação no protesto. Os professores falam em "actos inaceitáveis e intimidação". A PSP admite que foi pedido a todos os comandos a recolha de informação sobre o número de manifestantes previstos para garantir a segurança.O primeiro caso aconteceu na Escola Clara de Resende, no Porto, onde um agente procurou saber quantos professores iriam participar na manifestação em Lisboa. O objectivo, segundo terá dito o agente da PSP, é preparar medidas de segurança. Os professores da escola ficaram estupefac- tos com a situação.Anteontem, pelas 16.00, também a Escola D. Afonso IV de Ourém foi visitada por dois agentes da PSP, que não estavam fardados, situação confirmada ao DN pelo conselho Executivo da escola. O argumento foi o mesmo: averiguar o número de professores que irão deslocar-se a Lisboa. "Alguns professores ficaram exaltados, outros amedrontados", contou ao DN fonte do Conselho Executivo. Perante a insistência dos agentes, acabaram por dar informações sobre o número de manifestantes. Já na Escola Secundária de Ourém, não foi fornecida qualquer informação."É absolutamente inaceitável e injustificável", afirmou ao DN João Dias da Silva, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE), que, contudo, admite que se "trataram de situações pontuais"."Temos estado em permanente contacto com a PSP. É óbvio que tem que haver informação sobre o número de pessoas esperadas e a localização dos autocarros que vão chegar a Lisboa. Por isso, ainda menos se percebe estas acções", adiantou. Também Mário Nogueira, da Fenprof, classificou as acções como estranhas. "Não faz qualquer sentido" disse o dirigente sindical. "É bom que agora o Governo procure agora saber quem está na origem destas visitas. É intimidação e deve ser reprovada", disse João Dias da Silva.A Direcção Nacional da PSP acabou por emitir uma nota de imprensa, ao final do dia, na qual, embora sem se referir aos casos específicos de Ourém e do Porto, adianta que "dada a necessidade de garantir a segurança das pessoas e o fluxo de trânsito" foi solicitado a "todos os Comandos da PSP, para que obtivessem dados relacionados com o número estimado de pessoas a deslocar-se a Lisboa, o número de autocarros envolvidos no seu transporte e horários previstos de chegada." Segundo a PSP, "esta recolha de dados destinava-se apenas a garantir a segurança dos manifestantes".Já em Outubro passado, a visita de agentes da PSP à delegação da Covilhã do Sindicato de Professores da Região Centro, devido a uma manifestação que iria ocorrer com a presença do primeiro-ministro José Sócrates, gerou forte polémica e reprovação.

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