Conselho executivo leva ficha polémica ao pedagógico
"Não vou fazer qualquer alteração [na ficha] porque é um instrumento de trabalho elaborado para ir a discussão no Conselho Pedagógico do próximo dia 12." Estava decidido assim antes da polémica levantada no Parlamento, e mesmo com o mal-estar geral que existe na escola a presidente do Conselho Executivo (CE) de Escola EB23 Correia Mateus, de Leiria, Esperança Barcelos, não volta atrás e afirma que não recebeu qualquer indicação do Ministério da Educação (ME) para o fazer. A professora reforça, desta forma, a intenção de manter, tal como estava previsto, a preparação dos instrumentos necessários para pôr em prática o novo sistema de avaliação dos professores, de acordo com os novos despachos da actual equipa do ME. Diz que a tão polémica ficha, levada à discussão no Parlamento, na passada sexta-feira, é da sua autoria, e defende que, mesmo depois de todo o debate que já protagonizou, deve mantê-la sem qualquer alteração para que seja discutida pelo Conselho Pedagógico (CP), um órgão da escola em que têm assento cerca de 20 representantes, entre eles 16 professores.A docente desdramatiza o debate em torno do documento, afirmando que, "se houver alguma coisa a corrigir, os professores serão competentes para o fazer" e afirma-se convencida de que estariam atentos, do mesmo modo, se a questão não tivesse alcançado a relevância que tomou com a intervenção do deputado do Bloco de Esquerda, Francisco Louçã. Todavia, admite que, "se fosse agora, talvez não a elaborasse da mesma forma". Confrontada pelo DN com as decisões dos tribunais que a Frenprof anunciou, as quais obrigam, segundo a interpretação da frente sindical, a suspender todos os procedimentos relativos à avaliação, Esperança Barcelos responde: "Não posso trabalhar sobre aquilo que vejo na televisão ou que os sindicatos dizem, não recebi qualquer instrução do Ministério da Educação para suspender o processo." Por isso, "continuamos a preparar tudo para cumprir os prazos, embora tenham sido alargados com o último despacho do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos", diz. Neste momento, a escola, como as restantes no País, está a ser gerida por órgãos colegiais eleitos pelos professores e a maior parte prossegue com o trabalho exigido pelo ministério e acordo com o novo modelo de gestão do ME. Mas esta avaliação dos órgãos directivos vai constituir uma das atribuições do director, o qual "pode até deixar de ser um profissional ligado à escola". Este é um dos receios que muitos professores manifestam. Fazem questão de sublinhar que "pelo menos 50% da classificação vai ser atribuída pelos directores se esta equipa do M E não arrepiar caminho". É por tudo isso que os professores da Correia Mateus se declaram "apreensivos". Ontem o ambiente na sala de professores "assemelhava-se a um velório; todos discutiam em surdina", disseram ao DN. Vários docentes manifestaram o seu mal-estar por causa de alguns parâmetros da referida ficha, não só aquele que sustentou a polémica da passada sexta-feira. Também discordam da forma como o ficha foi publicada.
4.3.08
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