No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Bolseiros portugueses ganham mais que os de outros países

Os valores pagos pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT) aos bolseiros de doutoramento e pós-doutoramento são em média equivalentes ou mesmo superiores aos atribuídos para os mesmos graus de especialização em alguns países da Europa e nos Estados Unidos. A conclusão é retirada de um estudo encomendado por aquela entidade do Ministério da Ciência e Tecnologia. A ABIC, que representa os bolseiros, reconhece ser essa a realidade. Mas vinca que muitos milhares de outros bolseiros, os afectos a projectos sucessivos e por largos anos, continuam a ganhar mal e sem vislumbre de contrato. Utilizando indicadores para estabelecer a paridade do poder de compra, um estudo da consultora Deloitte comparou quanto ganham bolseiros em países como Portugal, Estados Unidos, Reino Unido, França Alemanha ou Itália. O Canadá, um dos destinos dos nossos cientistas, é dos que proporciona valores mais acima da média quando se trata de doutoramentos nas suas próprias instituições; quando o que está em causa é uma bolsa de doutoramento no estrangeiro, o que é pago pela FCT supera seis dos países que serviram de comparação (34.800 euros anuais). Este montante inclui já custos de viagens, propinas e alojamento. Espanha paga menos de metade para todos essas despesas.Segundo André Levy, presidente da Associação dos Bolseiros de Investigação Científica, há que ter em conta que, no pós-doutoramento, Portugal ainda recorre muito ao sistema de bolsa, quando na maior parte dos países vigoram mais os contratos de trabalho. Por cá,a excepção situa-se quase só no programa Ciência2007, que teve como objectivo anunciado a contratação, por cinco anos, de mil pós-doutorados até final da legislatura. A tendência, refere o dirigente da ABIC, é que a FCT pratique cada vez mais o critério do contrato de trabalho em todos os pós-doutoramentos, o que é a situação predominante a nível internacional.Ainda segundo André Levy, "a bolsa faz sentido em formação, mas está a ser usada de modo abusivo". E isto porque não só os pós-doutorados e doutorados se vêem em geral nessa situação, como porque há um conjunto de licenciados, que se contam pelos cinco milhares, mantidos com o estatuto de bolseiros. Eles estão associados a projectos de investigação, a actividades permanentes como técnicos e auxiliares e nem por isso ganham, ao longo de anos, o estatuto de trabalhadores. A ABIC admite que, no caso só dos doutoramentos, haja recurso a uma situação mista, como em Espanha ali, pode ser atribuída uma bolsa e, depois, quando é feito trabalho científico, é estabelecido um contrato.

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