No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

"50 mil, 100 mil... se fossem 20 mil já eram muitos!"

09.03.08, Diário de Notícias

Quando chegou aos estúdios da SIC, Maria de Lurdes Rodrigues ainda praticamente não tinha visto imagens da manifestação. Vinte minutos antes do Jornal da Noite, a que concedeu uma curta entrevista, o BMW série 5 acabado de estrear parava no parque de estacionamento principal da estação de televisão. Era o último acto público de um dia para não esquecer.À saída, a ministra disse ao DN que compreendia a "insatisfação" dos professores. Mas os números deixam-na "indiferente". Quando confrontada com a grandeza da manifestação, que ultrapassou as perspectivas mais optimistas das organizações sindicais, a ministra da Educação referiu: "Cinquenta mil, cem mil.... se fossem vinte mil já eram de mais".As afirmações de Maria de Lurdes Rodrigues ao DN confirmaram a ideia já transmitida durante a entrevista no Jornal da Noite da SIC, onde afirmou "não ser relevante" a participação de "100 mil professores na Marcha da Indignação", adiantando que o importante é continuar a trabalhar para encontrar as melhores soluções. "O País precisa de mudanças e isso implica sacrifícios para os professores", assume a responsável pela pasta da Educação, durante a entrevista à SIC. Mas recusa a acusação de falta de diálogo. "Nunca recusei uma audiência a quem ma tivesse solicitado". A hipótese de uma "aplicação gradual" do novo regime de avaliação de professores não merece o aplauso da ministra. "Não faz sentido", sustenta. O dia de Maria de Lurdes Rodrigues começou na Curia, onde se deslocou para participar num acção de formação do Programa Nacional de Ensino do Português. Ao que o DN apurou, estariam lá uns 120 professores, muitos dos quais "preferiram a formação à manifestação, embora solidários com os colegas que estavam na rua em Lisboa". O gabinete da ministra da Educação revelou ainda que a ministra "almoçou pelo caminho", tendo regressado à capital "já no final do dia". E segunda-feira como vai ser? "Continuar a trabalhar", diz ao DN a governante, aparentando grande calma. Não revelou se tinha, ou não, conversado com José Sócrates durante o dia de hoje e isso foi mesmo o mote para a única graça da noite, já que perguntou ao DN, em tom descontraído: "E você, falou?"Já antes, em entrevista ao Expresso, Maria de Lurdes Rodrigues tinha garantido "continuar sempre disponível para conversar, ouvir e resolver problemas, incluindo com os sindicatos", embora reconheça que entre o ministé- -rio e as forças sindicais existam normalmente pontos de partida muito diferentes. Mais, a ministra da Educação admite mesmo que se lhe perguntarem "se tenho esperança de que os sindicatos possam definir uma política educativa em que prevaleçam os interesses dos alunos, não tenho".

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