Universitários fogem dos cursos de Educação
É chão que deu uvas. Os cursos da área da Educação têm vindo a perder alunos e entre 1997 e 2006 a quebra foi de 56 por cento. Em termos absolutos, são menos 4529 caloiros que se inscreveram no 1.º ano, pela 1.ª vez, em cursos cuja saída profissional é, quase sempre, a carreira de professor.
De acordo com o Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), em 1997 os cursos de Educação tiveram 8107 caloiros, enquanto em 2006/07 esse número ficou-se pelos 3578. Uma quebra superior à registada no número de vagas disponibilizado: 8477 em 1997/98, 5227 em 2006/07. A taxa de ocupação caiu de 96 para 68 por cento. A falta de perspectivas profissionais (é grande o desemprego entre os professores do Básico e Secundário) é a principal causa para a fuga destes cursos.Por áreas de formação, também se registaram quedas nas inscrições nos cursos de Agricultura (menos 39 por cento) e Ciências, Matemática e Informática (menos 15 por cento). O maior boom de caloiros foi na área da Saúde: de 5404 inscritos em 1997 passaram a ser 13 668 em 2006 (mais 153 por cento). Um crescimento que acompanhou o aumento no número de vagas para esta área: 13 912 em 2006, quando eram 5368 em 1997/98.No global registou-se um aumento de 12 por cento no número de inscritos e de onze por cento na taxa de ocupação das vagas. Entre 1997 e 2006, foram abertas menos 1492 vagas, o que representa uma quebra de dois por cento. A maior diminuição no número de vagas aconteceu no Ensino Privado: de 44 935 abertas em 1997 para 36 782 vagas em 2006. No Ensino Superior Público, a tutela abriu mais 6661 vagas (47 365). Mas quer o público quer o privado ganharam caloiros nos últimos dez anos: 956 no primeiro caso e 7137 no segundo. ESPECIALIZAÇÃO SUPERIOR CADA VEZ MAIS PROCURADA
Do relatório do GPEARI, observa-se que as inscrições por tipo de curso sofreram uma evolução na última década. Em 1997, os cursos de especialização pós-licenciatura tinham 1124 inscritos (1,4 por cento do total), enquanto em 2006 já eram 4264 (4,5 por cento). Também nos doutoramentos se verificou um grande aumento: de 638 inscritos no 1.º ano em 1997 passaram a ser 2124 os caloiros nos cursos de doutoramento no ano lectivo 2006/07. Ao contrário, com a diminuição da oferta dos cursos de bacharelato, registou-se uma queda abrupta em termos absolutos: de 22 322 inscritos em 1997 para 812 em 2006. Por regiões, apenas no Alentejo houve um recuo no número de caloiros: foram 4313 em 1997 e 4168 em 2006. No entanto, em relação a 2005, registou-se um aumento de mais 661 novos alunos.
CALOIROS EM NÚMEROS
88 por cento é a taxa de ocupação a nível nacional no 1.º ano dos cursos, a mais alta dos últimos dez anos: 74 105 inscritos nas 84 147 vagas abertas.67 por cento é a taxa de ocupação nos cursos no distrito de Viseu, a mais baixa do País, seguido de Faro, com 77 por cento. 42 caloiros inscritos no Ensino Universitário no distrito de Beja, ou seja, 19 por cento de taxa de ocupação, a mais baixa do País.
NÚMERO DE INSCRITOS NO 1º ANO PELA 1ª VEZÁREAS / VAGAS / INSCRITOS
1997 / 2006 / % / 1997 / 2006 / % / 1997 / 2006
Educação - 8477 / 5227 / -38 / 8107 / 3578 / -56 / 96% / 68%
Artes/Humanidades - 7557 / 9052 / 20 / 6348 / 7109 / 12 / 84% / 79%C.
Sociais/Direito - 33 677 / 26 948 / -20 / 22 446 / 24 994 / 11 / 67% / 93%Ciências/Mat./Inform. - 8601 / 7198 / -16 / 6240 / 5293 / -15 / 73% / 74%
Engenh./Ind. Transf. - 15 998 / 15 101 / -6 / 12 423 / 13 446 / 8 / 78% / 89%
Agricultura 1955 - 1201 / -39 / 2011 / 1221 / -39 / 103% / 102%
Saúde/Prot. Social - 5368 / 13 912 / 159 / 5404 / 13 668 / 153 / 101% / 98%
Serviços - 4006 / 5508 / 37 / 3033 / 4796 / 58 / 76% / 87%Total - 85 639 / 84 147 / -2 / 66 012 / 74 105 / 12 / 77% / 88%
6.2.08
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Etiquetas:
Educação - geral,
Ensino Superior
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