Aluna de 12 anos espancada por seis colegas na escola
22 de Fevereiro de 2008, Jornal de Notícias
Maria (nome fictício) está assustada com as ameaças que tem recebido nos últimos dias, depois de avisar que vai apresentar uma queixa-crime contra os suspeitos da agressão da sua filha numa das principais escolas da Guarda. A menina, de 12 anos, que frequenta o 7.º ano, foi espancada por seis colegas de turma num corredor da Secundária Afonso de Albuquerque no dia 13. "Estou de rastos. São telefonemas atrás de telefonemas, ameaças e pressões de toda a ordem", conta, ao JN, confessando que estava longe de imaginar "o inferno" em que se estava a meter quando decidiu avançar para tribunal com este caso de "bullying". As coisas não estão fáceis para esta funcionária pública e a revolta inicial parece começar a perder força, à medida que "a pressão aumenta". Entretanto, a filha já regressou à escola, "com medo", mas tão cedo não esquecerá o que lhe aconteceu nessa tarde. A agressão terá acontecido num intervalo das aulas, quando os rapazes, com a mesma idade que a colega, começaram a hostilizá-la. "Primeiro tentaram tirar-lhe a mochila, depois puxaram-na e empurraram-na até que caísse", adianta a mãe. No chão, a aluna foi então pontapeada nas costas enquanto um dos miúdos lhe terá posto um pé em cima. "Como tentava proteger a cara com as mãos e estava aterrorizada, ela não conseguiu ver quem a agrediu", prossegue a mãe, acrescentando que, "como se não bastasse, ainda lhe agarraram a cabeça, onde apresenta um hematoma". Na sua versão, apenas a directora de turma fez alguma coisa, já que foi ela quem acompanhou a filha ao hospital. Atendida na Urgência do Sousa Martins, o médico de serviço não detectou lesões ou ferimentos. A professora apresentou queixa na PSP e expôs o caso ao Conselho Executivo da escola nesse mesmo dia. Mas só ontem à noite, numa reunião convocada para o efeito, o assunto terá sido analisado com os pais dos alunos em causa. O presidente do Conselho Executivo, António Soares, diz tratar-se de um "assunto interno", escusando-se a prestar declarações. Também a mãe da vítima aguarda, há uma semana, por explicações do órgão máximo da escola. Enquanto não chegam, garante que o caminho a seguir já está traçado "Quero ver o que se vai passar, que medidas serão tomadas e avançar com uma acção criminal para que mais casos destes não se repitam", avisa. Maria revela que a filha já se tinha queixado dos abusos dos colegas, que, alegadamente, lhe diziam coisas do género "és pequenita, feia e magra, tens asma porque não acreditas em Deus e estás a ser castigada". Por isso, a jovem insistia que não era aceite pela maioria e terá pedido "várias vezes" para sair da escola, onde ingressou este ano lectivo. "Respondia-lhe que se defendesse, não dava muita importância às queixas. Mas nunca pensei que o caso chegasse a este ponto", lamenta.Segundo a mãe, desde o início do ano que a menina terá sido posta de parte "Parece-me uma turma seleccionada, com bons alunos, e que a minha filha foi lá parar por engano", sublinhando não haver motivos para comportamentos "tão violentos" por parte dos colegas. Isto porque a filha sempre foi "pacata", sendo apontada na turma como uma referência em termos de comportamento. Contudo, suspeita que este também possa ter sido um dos motivos para "a perseguição despropositada e anormal". E adianta que esta hostilização apenas era feita por um colega, pelo que acredita que o comportamento dos restantes cinco agressores aconteceu por "arrastamento".
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário