Cursos não podem ser avaliados pela sua empregabilidade
28 Fevereiro 2008, Jornal O Sol
O presidente do Conselho de Reitores, Seabra Santos, criticou as listas de empregabilidade divulgadas há uma semana pelo Governo, considerando que os cursos não podem ser avaliados apenas pela inserção dos seus alunos no mercado de trabalho.
«Tivemos conhecimento pelos jornais e o método utilizado merece pouca fiabilidade. Há alguns erros pontuais e outros métodos produziriam resultados muito diversos», referiu à Lusa o reitor da Universidade de Coimbra, que hoje completa um ano à frente do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas (CRUP), lamentando que estas listas tenham sido publicadas antes de uma avaliação séria das Universidades.
Seabra Santos considerou importante prosseguir com critérios rigorosos a avaliação das universidades e positivo que as instituições públicas sejam geridas por índices de desempenho, mas defendeu que a avaliação da qualidade de um curso não pode estar relacionada com os resultados que esse mesmo curso obtém em qualquer ranking de empregabilidade, como os recentemente divulgados pelo ministério do Ensino Superior.
«É apenas mais um entre os documentos de trabalho que existem. As listas baseiam-se no número de cidadãos com curso superior inscritos nos centros de emprego há menos de seis meses e os resultados seriam diferentes se contemplassem desempregos de longa duração, por exemplo», exemplificou.
O reitor salientou que as universidades não estão alheadas da realidade da inserção dos seus alunos no mercado de trabalho, até porque «algumas universidades têm observatórios de empregabilidade e outras gabinetes de emprego».
«A questão nem é tanto ter ou não ter emprego. As pessoas ao fim de um ano conseguem um emprego, mas é preciso saber que emprego conseguiram», disse, salientando que, apesar de não existirem estudos fidedignos sobre esta realidade, em áreas de formação economicamente menos definidas, em que não é necessária alguma especialização, o que leva os jovens a não se inscreverem nos centros de emprego é o subemprego, ou um emprego temporário para não estar sem fazer nada.
«Devemos reflectir por que é que alguns dos melhores cursos, considerados de maior qualidade nas avaliações que têm sido feitas, são aqueles que nas listas divulgadas apresentam índices de empregabilidade menos conseguidos», considerou.
«A conclusão não deve ser encerrar estes cursos, mas talvez promover a extinção de cursos de menor qualidade para deixar que os alunos dos cursos de maior qualidade entrem para o mercado», defendeu, salientando que «quem escolhe os empregados são empregadores muitas das vezes sem qualificação» para tanto, movidos por outros critérios.
«Serão empregadores muitas vezes com a quarta classe que vão decidir quais as políticas e quais as instituições válidas no ensino superior em Portugal?», questionou.
No início de seu segundo ano à frente do CRUP, Seabra Santos realçou que vai ter entre as suas prioridades a adequação dos cursos ao processo de Bolonha e a aproximação das Universidades às empresas e realidade do mercado empresarial.
O Ensino Superior enfrenta várias mudanças, entre as quais um novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), que permite a reconversão das universidades em fundações, e a efectivação de uma Agência de Acreditação e Qualidade, para fiscalizar a aplicação de normas e acreditar, ou não, instituições e cursos em função de resultados, tendo por base uma lei de avaliação do ensino superior com regras mais rigorosas.
Seabra Santos considerou importante prosseguir com critérios rigorosos a avaliação das universidades e positivo que as instituições públicas sejam geridas por índices de desempenho, mas defendeu que a avaliação da qualidade de um curso não pode estar relacionada com os resultados que esse mesmo curso obtém em qualquer ranking de empregabilidade, como os recentemente divulgados pelo ministério do Ensino Superior.
«É apenas mais um entre os documentos de trabalho que existem. As listas baseiam-se no número de cidadãos com curso superior inscritos nos centros de emprego há menos de seis meses e os resultados seriam diferentes se contemplassem desempregos de longa duração, por exemplo», exemplificou.
O reitor salientou que as universidades não estão alheadas da realidade da inserção dos seus alunos no mercado de trabalho, até porque «algumas universidades têm observatórios de empregabilidade e outras gabinetes de emprego».
«A questão nem é tanto ter ou não ter emprego. As pessoas ao fim de um ano conseguem um emprego, mas é preciso saber que emprego conseguiram», disse, salientando que, apesar de não existirem estudos fidedignos sobre esta realidade, em áreas de formação economicamente menos definidas, em que não é necessária alguma especialização, o que leva os jovens a não se inscreverem nos centros de emprego é o subemprego, ou um emprego temporário para não estar sem fazer nada.
«Devemos reflectir por que é que alguns dos melhores cursos, considerados de maior qualidade nas avaliações que têm sido feitas, são aqueles que nas listas divulgadas apresentam índices de empregabilidade menos conseguidos», considerou.
«A conclusão não deve ser encerrar estes cursos, mas talvez promover a extinção de cursos de menor qualidade para deixar que os alunos dos cursos de maior qualidade entrem para o mercado», defendeu, salientando que «quem escolhe os empregados são empregadores muitas das vezes sem qualificação» para tanto, movidos por outros critérios.
«Serão empregadores muitas vezes com a quarta classe que vão decidir quais as políticas e quais as instituições válidas no ensino superior em Portugal?», questionou.
No início de seu segundo ano à frente do CRUP, Seabra Santos realçou que vai ter entre as suas prioridades a adequação dos cursos ao processo de Bolonha e a aproximação das Universidades às empresas e realidade do mercado empresarial.
O Ensino Superior enfrenta várias mudanças, entre as quais um novo Regime Jurídico das Instituições do Ensino Superior (RJIES), que permite a reconversão das universidades em fundações, e a efectivação de uma Agência de Acreditação e Qualidade, para fiscalizar a aplicação de normas e acreditar, ou não, instituições e cursos em função de resultados, tendo por base uma lei de avaliação do ensino superior com regras mais rigorosas.
28.2.08
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