"Há um limite" para aguentar tanta contestação
27 de Fevereiro de 2008, Jornal de Notícias
Depois de, no dia anterior, ter estado três horas a debater os temas da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues deslocou-se ontem a Matosinhos. No final de uma visita à Escola de Música Óscar de Silva, a ministra reconheceu novamente a existência de um "clima de contestação. Não sei se está a aumentar ou a diminuir".No debate, Maria de Lurdes Rodrigues admitiu que terá "um limite" para aguentar a contestação generalizada dos professores, mas ainda não o atingiu. Até porque, por princípio, "cumpre sempre os compromissos que assume".Para 8 de Março está agendada uma marcha do descontentamento, na Internet nascem movimentos, como o de professores em luta, professores revoltados ou em defesa do ensino. Amanhã espera-se novo protesto em Braga. No "Prós e Contras", à medida que o programa avançava tornava-se mais notório o isolamento da ministra da Educação. João Formosinho, do Instituto de Estudos da Criança da Universidade do Minho, sentado a seu lado, dissertou sobre os novos desafios da escola actual e Maria de Lurdes Rodrigues acabou por ter de defender sozinha as suas políticas.A avaliação dos professores e o novo regime de gestão das escolas foram os dois temas do programa. Os argumentos esgrimidos não surpreenderam. Para a ministra, o primeiro modelo servirá "para distinguir os melhores", o segundo para "reforçar lideranças"; para a "oposição" o regime de avaliação não é "exequível". Até Álvaro Almeida dos Santos, presidente do Conselho de Escolas, referiu que os estabelecimentos "precisam de tempo" e que "no presente ano lectivo será muito difícil aplicar o modelo como está previsto". A troca de acusações dominou o debate. Fernanda Velez, professora de Matemática, acusou o Governo de denegrir a imagem dos docentes. "Qualquer um serve para ser ministro da Educação", alegou, para sublinhar que nenhum responsável tinha experiência de dar aulas no sector.
27.2.08
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Etiquetas:
Educação - Ministério da Educação
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