Ministra quer segundo ciclo com mais horas e menos professores
13 de Fevereiro de 2008, Jornal de Notícias
C om três frentes de batalha abertas - do processo de avaliação dos professores, à reestruturação do ensino artístico especializado, passando pelas novas regras de gestão das escolas -, a ministra da Educação veio ontem anunciar que quer alargar o conceito de escola a tempo inteiro aos alunos do 2.º ciclo. O resultado nova contestação dos sindicatos de professores, e um apoio, vindo das estruturas representantes dos pais.O modelo a aplicar será semelhante ao que acontece já no 1º ciclo, explicou Maria de Lurdes Rodrigues. Os alunos terão "no final do dia" as Actividades de Enriquecimento Curricular ligadas às expressões e ao estudo acompanhado, de forma a "concentrar na parte lectiva o essencial das actividades associadas à aquisição de competências básicas".A ministra considera que o ensino do Português e da Matemática poderão sair reforçados com esta reestruturação, para mais quando a revisão do currículo do 2.º ciclo promete estar concluída até Março. Uma das principais mudanças estratégicas, explicou ontem Lurdes Rodrigues, é a concentração de algumas disciplinas de modo a reduzir o número de professores destes alunos. Por exemplo, explicou a ministra, a lei já prevê - embora as escolas não apliquem - a possibilidade de o professor de Matemática e Ciências ou de Português e Inglês serem o mesmo. Uma concentração, defendeu, que poderá evitar que alunos entre os 10 e 12 anos, acabados de sair do 1.º ciclo, passem a ter 16 professores nalguns casos. Face às críticas imediatas, no decorrer de uma visita à Escola Tecnológica, Artística e Profissional do Vale do Minho, a ministra garantiu na tarde de ontem que o objectivo não é reduzir o quadro de professores, mas "estimular as escolas para que façam uma concentração das áreas disciplinares, para que os alunos possam ter uma visão mais integrada do conjunto das disciplinas que têm". Noutra frente de batalha, o Conselho Nacional de Educação também divulgou ontem um parecer sobre o projecto de decreto-lei do regime de gestão escolar. O Ministério da Educação entende que a avaliação dos conselheiros é positiva - transmitiu fonte do gabinete de Lurdes Rodrigues ao JN -, apesar do CNE tecer várias críticas à proposta (ler caixa ao lado). Quanto à avaliação e às conservatórias, continuam a ser motivo de ataque à ministra. O líder do CDS fala de "teimosia" na manutenção do processo, o PCP quer ouvir o grupo de trabalho sobre o ensino artístico. A ministra foi directa nas respostas. Para Portas, garantiu que "o processo não será adiado"; aos conservatórios, acusou-os de "arrogância".
13.2.08
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Etiquetas:
Educação - Ministério da Educação
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