No âmbito do Laboratório de Avaliação da Qualidade Educativa (LAQE), estrutura funcional do Centro de Investigação Didáctica e Tecnologia na Formação de Formadores (CIDTFF) da Universidade de Aveiro, foi criado, em Março de 2007, o presente blogue onde são colocadas, notícias da imprensa da área da Avaliação Educativa. Esta recolha tem como principal finalidade avaliar o impacte, nos mass media, das questões de avaliação educativas.

Todos unidos contra Lurdes Rodrigues

28 de Fevereiro de 2008, Jornal de Notícias

Quando convocou a "marcha da indignação" a Federação Nacional de Professores (Fenprof) não previu que a onda de descontentamento dos docentes crescesse "como um tsunami" nas últimas semanas. Quase todos os dias até 8 de Março vai haver protestos como o de ontem em Viseu ou o de Coimbra anteontem. Ambos os protestos mobilizaram milhares de professores. Em Viseu, a marcha inundou algumas das principais ruas da cidade, entre a Alexandre Lobo e a Alberto Sampaio, em direcção ao Governo Civil, onde se concentraram os docentes. Uma moção a contestar as últimas medidas do Ministério da Educação foi entregue ao representante do Governo.Os protestos generalizados dos últimos dias receberam, pela primeira vez, o apoio de todos os sindicatos. Até mesmo da Associação Nacional de Professores - que "por princípio" se manteve afastada de protestos organizados nos últimos 23 anos. Os docentes contam, também, pela primeira vez com o apoio de um líder do PSD.
Ministra no Parlamento
A ajudar à luta, o PCP agendou também ontem, para Março, nova interpelação ao Governo sobre Educação para confrontar Maria de Lurdes Rodrigues com "a situação caótica criada pelas suas políticas". A união pluripartidária no fogo à ministra está cerrada como nunca, e o líder do PSD garante que a contestação nas ruas é igual à que enfrentou Correia de Campos, antes de sair do Governo. Luís Filipe Menezes reuniu-se precisamente ontem com o secretário-geral da Fenprof, na sede da Federação em Lisboa. No final do encontro, justificou o apoio à manifestação devido "ao movimento sem paralelo dos professores" e "à crispação intolerável" que se vive no sector. "Prevejo que será uma grande manifestação", afirmou, esclarecendo que não irá participar. Isso "já seria abusivo" da sua parte, alegou. O presidente do PSD manifestou partilhar da "preocupação de milhares de portugueses" quanto à "tentativa de governamentalização de decisões técnicas" como o regime de gestão das escolas ou a avaliação de professores - que deveria ter, defende, um controlo independente da tutela.Na reunião diplomas como o da gestão ou da transferência de competências do Governo para as autarquias foram ponto de discórdia. Os dois dirigentes terão apenas concordado na relevância dos sindicatos serem ouvidos e na classe docente não ser desprestigiada."Depois de dia 8 nada continuará a ser como antes" - a expressão de Mário Nogueira é exemplificadora da azáfama que se vivia ontem na sede da Fenprof. Há escolas, como a Secundária Dona Maria, de Coimbra, que costuma ficar nos primeiros lugares do ranking que nunca participaram em manifestações e desta vez já pediram um autocarro. Houve quem já pedisse um comboio. "Se estiverem menos do que os 25 mil que participaram na manifestação de 5 de Outubro de 2006 será uma derrota", afirmou convicto e sorridente.

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