Coimbra: Cordão humano de professores em protesto contra política educativa do Governo
Mais de um milhar de professores participou ontem à noite, em Coimbra, num cordão humano de protesto contra a política educativa do Governo, que terminou em frente às instalações da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC). Empunhando tochas e velas e com autocolantes na lapela dizendo "Professores de luto e em luta pela Educação", os docentes concentraram-se na Praça da República e depois percorreram os cerca de 700 metros que os separavam da sede daquele organismo, com uma faixa onde se lia "Basta! Assim não se pode ser professor"."Estamos aqui a pensar na escola pública portuguesa, porque temos a certeza que esta escola pública só se tiver qualidade é que pode dar ao nosso País, às nossas crianças e jovens, condições para o acesso à educação, ao ensino à formação e à qualificação", afirmou Mário Nogueira, secretário-geral da Federação Nacional de Professores (FENPROF). "Temos uma equipa do Ministério da Educação que está fazer mal às escolas aos professores, à educação e tem os professores como inimigos. Portanto, é uma equipa que tendo estas posições deixa de ser parte da solução dos problemas para ser mais um problema", acrescentou, numa intervenção antes do início da marcha. Sublinhando que os docentes "iam dar uma grande lição de empenhamento na defesa" dos seus direitos, Mário Nogueira afirmou que "basta de insultar e ofender os professores" que são profissionais que têm "de ser valorizados e dignificados". Entre os participantes, um jovem de professor de 30 anos, que não se quis identificar, empunhava uma tocha e uma faixa preta no braço e mostrava o seu desacordo em relação ao processo de avaliação. "Não costumo participar em acções de rua mas esta avaliação não é um processo sério", afirmou o docente de Matemática e Ciências, acrescentando que os "docentes não têm medo de ser avaliados mas com uma avaliação o mais justa possível". "A avaliação deve ser devidamente ponderada e com os objectivos definidos à partida, que devem ser iguais para todos os agrupamentos e o mais objectiva possível", frisou. Uma educadora de infância, de 50 anos, que também recusou identificar-se, contestou igualmente o processo de avaliação nos termos pretendidos pelo Ministério, embora concorde que haja uma avaliação. "Eu não sou contra um processo de avaliação. Sou contra os termos desta avaliação", referiu à agência Lusa, lembrando, no entanto, que "os pais e as crianças já nos fazem uma avaliação, para além das escolas cada vez mais nos obrigarem a atingir objectivos e competências".
27.2.08
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Etiquetas:
Professores - Estatuto da Carreira Docente
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